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Estátua do Diabo a fazer selfie provoca polémica na Segóvia

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Uma lenda em Segóvia, Espanha, diz que o famoso aqueduto local foi construído numa única noite pelo Diabo, a pedido de uma jovem que lhe prometeu a sua alma – e no final não lha deu. Uma estátua do Diabo está agora a gerar desilusões de outro tipo na cidade.

Uma obra artística de um médico reformado que vive na cidade espanhola de Segóvia está a suscitar uma ampla contestação social. É que esse também escultor fez uma estátua de 1,70 metros de altura do Diabo e o município decidiu instalá-la numa ponte que fica numa zona normalmente pouco visitada pelos turistas. O objetivo é justamente o de atrai-los e por isso o Diabo aparece a sorrir e com um telemóvel na mão a fazer um… selfie.

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A piscadela de olho é óbvia, mas houve residentes que não gostaram. Uma petição pública lançada online rapidamente angariou 5500 assinaturas – um décimo da população. As duas autoras acusam a obra de ser “ofensiva para os católicos, pois constitui uma glorificação do mal”. Alegam que Satanás surge com um ar demasiado simpático e que não há por perto nada que sugira um antídoto. “Representa o demónio sozinho, fazendo dele o protagonista, sem estar ao lado de uma igreja ou em qualquer ambiente que reflita uma rejeição desta figura”, explicam, acrescentando que Satanás deve ser repulsivo e desprezível, não gentil e sedutor.

A primeira pessoa a ficar confundida foi o artista. Disse que fez a estátua inspirando-se numa lenda similar à de Segóvia que encontrou durante uma viagem à Alemanha. A sua evidente boa-vontade – ele ofereceu a estátua à cidade, tendo um empresário pago a fundição – pode não ter convencido toda a gente. Mas angariou a simpatia da vereadora Claudia de Santos, que considerou injusta a campanha contra a estátua e prometeu levar o projeto até ao fim.

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Para já, vai ter de esperar pelos tribunais. Ante a reação pública, um juiz ordenou que a instalação da estátua fique suspensa até se perceber se realmente ofende o sentimento cristão. Ou seja, como em tantas coisas que envolvem religião, é caso para perguntar onde está o mal.

C/Expresso.pt

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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