Seis dos peregrinos que integraram a comitiva liderada pela Diocese do Mindelo não têm estado a comparecer nas actividades ligadas à Jornada Mundial da Juventude, evento organizado pela igreja católica e que decorre em Portugal de 1 a 6 de agosto. Em resposta a um pedido de esclarecimento remetido pelo Mindelinsite, a Diocese do Mindelo informa que a caravana é composta por quase 150 fiéis das paróquias de S. Vicente, Sal, Boa Vista e Santo Antão e ainda seminaristas que estudam em Sevilha, Recife e Lisboa, o Movimento Neo-Catecumenal e a Escola Salesiana e que seis elementos não têm comparecido nos eventos.
Esclarece, entretanto, que nem todos os grupos têm o mesmo programa de alojamento e atividades durante a estadia em Portugal. Especifica que 115 peregrinos dependem diretamente da Organização da Diocese e estão hospedados na Póvoa da Santa Iria desde anteontem à tarde.
Para a referida Diocese, as notícias veiculadas pela imprensa dando conta do alegado desaparecimento de peregrinos de Cabo Verde e de Angola são exageradas e semeiam confusão, visto que os grupos não seguem o mesmo cronograma de alojamento e actividades. Entende que, o facto de alguns peregrinos não terem comparecido nas actividades não é motivo para se falar em “desaparecimento”.
A Diocese aproveita para informar que as Jornadas estão a decorrer “maravilhosamente bem” e que a pré-jornada em Leiria e Lamego superou em muito as expectativas dos peregrinos. Assegura que a JMJ tem sido uma grande festa da fé e experiência de fraternidade universal.
Há, no entanto, uma forte possibilidade de boa parte dos peregrinos cabo-verdianos ter optado por deixar de participar na JMJ. Segundo a agência Inforpress, o diácono Daniel Vaz, coordenador da comitiva cabo-verdiana, informou ontem que, dos 913 cabo-verdianos que deveriam participar na JMJ, apenas 400 e tal integram a delegação de pessoas, aproximadamente metade da comitiva que saiu de Cabo Verde.
Esse órgão de comunicação social acrescenta que a inspectora Cláudia Rocha, coordenadora superior do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português, tinha revelado, em conferência de imprensa, o alegado desaparecimento de 195 jovens, dos quais 168 cabo-verdianos e 27 angolanos. Esta responsável sublinhou, entretanto, que, apesar de não terem comparecido no local onde deviam estar nas suas actividades, não significa que não estejam autorizados a permanecer no território português, até porque todos viajaram, à partida, com vistos válidos.
Por seu lado, o diácono José Manuel Vaz, segundo o jornal A Nação, assegurou que ninguém está desaparecido em Portugal e que alguns jovens optaram por ficar em Lisboa em vez de participar nas actividades em Leiria. Ele que mostrou espanto pelo teor das notícias que falam do desaparecimento de peregrinos. Lembrou que os fiéis têm um visto para participarem na JMJ e que não podem permanecer na Europa após esse período. No entanto, segundo A Nação, o diácono admite que alguns peregrinos queiram ficar em Portugal, deixando claro que isso não tem nada a ver com a participação na jornada.
A Jornada Mundial da Juventude decorre de 1 a 6 de agosto em Lisboa e junta entre um milhão e 1,5 milhões de pessoas, contando com a participação do Papa Francisco.