O Ministério das Relações Exteriores do Irão confirmou a morte do Presidente Ebrahim Raisi na queda de um helicóptero no sábado numa região montanhosa do país. O acidente foi provocado, em princípio, pelas más condições climáticas registadas na região, com chuva e vento fortes.
A queda ocorreu entre as aldeias de Pir Davood e Uzi, na província iraniana de Azerbaijão Oriental, cerca de 600 quilómetros a noroeste de Teerã, a capital iraniana. Além do Presidente Raisi, 63 anos, o aparelho transportava Hossein Amirabdollahian, o chanceler do Irão, Malek Rahmati, o Governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso. Há fortes suspeitas que todos faleceram, mas a informação ainda não foi confirmada.
A queda do helicóptero ocorreu no sábado, mas a aeronave só foi encontrada cerca de 12 horas mais tarde por membros do Crescente Vermelho devido as dificuldades de acesso ao local e as condições climáticas.
Eleito em 2021 numa eleição com elevada abstenção e impedimento a outros candidatos, Ebrahim Raisi é lembrado pela imprensa ocidental por ter participado das chamadas comissões da morte na década de 1980, que levaram à execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás. No ano seguinte à sua eleição, o Governo reagiu com violência à onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar adequadamente o véu em local público. Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).
O poder no Irão será provisoriamente assumido pelo vice-Presidente, por designação do aiatola Ali Khamenei, e terá que preparar as eleições em 50 dias.
C/Globo.com