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Britânicos voltam as atenções para África

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Prestes a consumar a sua saída da União Europeia, o Reino Unido decidiu iniciar, a partir desta segunda-feira, 20, um novo capítulo da sua diplomacia económica, centrando as atenções no continente africano. A ideia é trabalhar intensamente com os parceiros africanos na identificação de novas áreas de investimento. 

O primeiro passo dessa nova parceria será a concretização da Cimeira de Investimento Reino Unido-África, que deverá contar com a participação de ilustres líderes políticos (entre os quais Chefes de Estado) e empresários africanos. Trata-se de um evento que o governo britânico reputa de extrema importância, que permitirá discutir os próximos passos nas relações entre o continente e o Reino Unido,  aumentando a capacidade de intervenção e de investimento desse país em África.

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O que se pretende com a Cimeira é mostrar os exemplos das mais de duas mil empresas britânicas que operam em África, cujo investimento estima-se em 42 mil milhões de euros), para promover oportunidades e parcerias. A Cúpula de Londres é vista como um trampolim para maiores investimentos do Reino Unido em África e para o início de um relacionamento efectivo com os governos africanos, tendo em vista os futuros desafios da nova fase política e económica do país fora da UE.

O Governo britânico quer fazer do país o maior investidor estrangeiro em África, até 2022, e superar outros membros do G7, grupo que inclui também Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos da América. De referir que dados do Governo britânico indicam que o investimento estrangeiro directo do Reino Unido no continente africano foi de aproximadamente 39 biliões de libras, em 2018.

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Para ilustrar o novo interesse britânico por África, o CDC, a Instituição Financeira de Desenvolvimento do Reino Unido, pretende realizar, até 2022, um investimento de até US$ 2 biliões em novos negócios no “continente berço”. Segundo os números, desde 2002 o Grupo de Desenvolvimento de Infra-estrutura Privado do Reino Unido investiu mais de US$ 1,95 bilião em 146 projetos de infra-estrutura em África.  

Actualmente, existem mais países africanos com acções listadas e negociadas em Londres do que em qualquer outra bolsa de valores internacional. Só o Departamento de Comércio Internacional (DIT) da África, do Reino Unido, tem mais de 100 funcionários em 23 Estados africanos, o que representa um aumento de quase 20 por cento no pessoal instalado na região, desde 2018. Nos últimos 12 meses, o comércio entre a África e o Reino Unido aumentou 7,7 por cento e hoje vale quase 34,2 biliões, de acordo com dados do governo do Reino Unido.

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Além de apoiar empresas que exportam ou investem na África, o DIT concentra-se no ambiente de negócios e isso inclui acordos comerciais e acesso ao mercado. A instituição opera em todos os sectores, mas concentra-se principalmente em infra-estrutura, petróleo e gás, mineração, agronegócio, defesa e segurança, energia renovável, serviços financeiros e profissionais, saúde, educação e habilidades. E é com esses números que o Reino Unido vai aproximar-se, a partir de segunda-feira, dos líderes africanos, para identificar novas fontes de financiamento, numa Cimeira que deverá contar com a participação de uma delegação ministerial angolana.

À margem da Cimeira, os participantes serão brindados com eventos ligados à energia limpa, infra-estrutura sustentável e ao agronegócio. É pretensão do Governo apoiar a cidade de Londres para mobilizar biliões de libras de investimento para transformar a África, de acordo com um anúncio do secretário de Desenvolvimento Internacional, Alok Sharma.

C/Angop

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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