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Ataque a petroleiro japonês: EUA revelam vídeo de iranianos a retirar mina do navio e Teerão nega

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Imagens divulgadas pelas Forças Armadas americanas mostram o que dizem ser membros dos Guardas da Revolução a tirar um objeto explosivo do casco de um petroleiro japonês alvo de um ataque na quinta-feira no Golfo de Omã em que ficou também danificado um navio norueguês. Um pequeno navio está encostado a um petroleiro. A bordo, vários vultos de homens movem-se, antes de a embarcação de afastar. São estas a imagens que as Forças Armadas dos EUA divulgaram esta sexta-feira e que dizem mostrar membros dos Guardas da Revolução, a unidade de elite do exército iraniano, a retirar uma mina que ficou por explodir do casco de um petroleiro japonês.

Conforme relembra o Diário de Notícias, um navio japonês e um outro norueguês, que também transportava petróleo, foram atacados na quinta-feira no Golfo de Omã. Os EUA acusaram o Irão de estar por detrás do ataque, mas Teerão nega “categoricamente” qualquer envolvimento.

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As explosões nos petroleiros surgem um mês depois de quatro outros navios terem sido atacados junto à costa dos Emirados Árabes Unidos. Também na altura os EUA acusaram o Irão, não apresentando qualquer prova. Teerão também negou a autoria desse ataque.

A tensão entre os dois países subiu de tom desde a chegada ao poder de Donald Trump nos EUA em janeiro de 2017. O presidente americano saiu do acordo sobre o nuclear iraniano assinado pelo seu antecessor, Barack Obama, e voltou a impor sanções a Teerão.

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Perante esta tensão numa zona estratégica por onde anualmente passa um terço da produção mundial de petróleo, o preço deste já subiu 4% desde o ataque de quinta-feira.

Sobre o que aconteceu nesse dia, os relatos divergem. Segundo os EUA, as forças navais americanas na região receberam pedidos de ajuda do petroleiro norueguês Front Altair por volta das 6:12. Pelas 7:00 terá sido o japonês Kokuka Courageous a enviar um pedido de ajuda, relatando explosões a bordo.

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Aproximando-se, o navio americano USS Bainbridge diz ter visto navios iranianos a operar na área nas horas que se seguiram às explosões, retirando depois uma mina que não terá explodido do casco do Kokuka Courageous.

As tripulações de ambos os navios foram retiradas e transferidas para outras embarcações que se encontravam nas proximidades.

“Um objeto no ar”

A tripulação do petroleiro japonês disse esta sexta-feira ter visto “um objeto no ar” em direção ao navio.”Os marinheiros dizem que o barco foi atingido por um objeto voador, eles viram com seus próprios olhos”, explicou Yutaka Katada, CEO da Kokuka Sangyo, citado pela Lusa, acrescentando ter recebido um relatório “de que algo tinha voado para o navio e que depois ocorreu uma explosão.

Tripulação do Kokuka Courageous a bordo do USS Bainbridge

Katada disse na quinta-feira que o navio, que transportava metanol, aparentemente sofreu dois ataques sucessivos. Após o primeiro, “os marinheiros manobraram para tentar fugir, mas o barco foi novamente alvejado três horas depois”, detalhou.

O Japão pediu entretanto aos seus navios para terem cautela, mas garantiu que não tem intenção de enviar tropas para a região. Em conferência de imprensa, o ministro da Defesa, Takeshi Iwaya, indicou que a situação não é considerada uma ameaça iminente para o Japão.

Takeshi Iwaya referiu ainda que o Japão não considera que a chamada “Força de Autodefesa tenha necessariamente um papel a desempenhar neste momento” e que o país não pretende enviar militares para a região do Estreito de Ormuz em resposta aos ataques.

“Sabotagem diplomática”

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, acusou o Irão de ser “responsável” pelos ataques contra os petroleiros. Ao justificar as acusações, Pompeo evocou as informações recolhidas pelos serviços de informações, “as armas utilizadas”, os anteriores ataques contra os navios que Washington também atribuiu a Teerão e o facto de nenhum dos grupos aliados do Irão na região possuir os meios para atingir “um tal nível de sofisticação”. Pompeo considerou ainda que o Irão pretende impedir a passagem de petróleo pelo estreito de Ormuz.

Por sua vez, o governo iraniano acusou Washington de “sabotagem diplomática”, depois dos Estados Unidos terem acusado Teerão de ser responsável pelos ataques.

“O facto de os Estados Unidos aproveitarem imediatamente a oportunidade para lançar alegações contra o Irão, [sem] provas fundamentadas ou circunstanciais, prova que [Washington e os seus aliados árabes] passaram para o plano B: o de sabotagem diplomática”, escreveu na rede social Twitter o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.

Numa nota divulgada esta manhã, Teerão já tinha rejeitado qualquer responsabilidade e alertado para o “comportamento maligno” dos EUA que tinham classificado os ataques como “mais um exemplo das atividades desestabilizadoras do Irão na região”.

Zarif considerou suspeitos os ataques terem coincidido com a visita histórica do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao Irão. A visita de Abe é a primeira de um chefe de Governo japonês desde a revolução islâmica de 1979 e a primeira de um líder de um país do G7 desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o abandono dos EUA do acordo nuclear.

C/Dn.pt

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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