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Argentinos protestam ao som de panelas contra medidas de austeridade do novo presidente 

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Milhares de pessoas foram esta quarta-feira às ruas de Buenos Aires, capital da Argentina para protestar, ao som de panelas, contra a reforma económica anunciada pelo novo presidente, no seu primeiro teste como chefe do Governo. “Fora Milei” foi o grito mais ouvido nas ruas da capital, onde o então candidato de extrema-direita La Libertad Avanza (A Liberdade Avança) venceu em novembro, por quase 12 pontos, o seu adversário Sergio Massa, então Ministro da Economi

Javier Milei, que assumiu o cargo de Presidente da República da Argentina no início deste mês de dezembro com a promessa de cortar os gastos públicos, tem anunciado nos últimos dias planos muito abrangentes para reformar a economia e reprimir protestos, criando um possível confronto com grupos sociais que têm se comprometido a se opor à sua “terapia de choque”.

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Num discurso transmitido pela rádio e televisão, Milei anunciou uma desvalorização de 54% do peso, cortes em subsídios, supressão de alguns ministérios do governo, que ele disse serem necessários para enfrentar a aguda crise econômica da Argentina. Anunciou ainda leis sobre a habitação, “para que o mercado imobiliário volte a funcionar bem e para que o arrendamento não seja mais uma odisseia.”

Em meio à forte presença policial, manifestantes, liderados por grupos que representam os desempregados, dirigiram-se à Plaza de Mayo, um ponto de encontro histórico em frente ao palácio presidencial, para exigir maior apoio financeiro aos pobres. As autoridades direcionaram os manifestantes para longe das estradas e para as calçadas para evitar prejuízos ao tráfego. “É uma mobilização pacífica. Não queremos nenhum tipo de confronto”, declarou Eduardo Belliboni, que lidera um grupo de protesto de esquerda, Polo Obrero, que foi o primeiro a convocar a manifestação.

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Esta passeata ocorreu depois que a recém-nomeada ministra da Segurança, Patricia Bullrich, apresentou um “protocolo” na semana passada para manter a ordem pública, que permite que as forças federais impeçam os manifestantes de realizar protestos que bloqueiem vias. Algumas organizações sociais disseram que o protocolo vai longe demais e compromete o direito de protestar.

O governo já veio confirmar que as pessoas que bloquearem as ruas poderão perder o direito de receber benefícios do Estado.

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C/Agências

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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