O número de detidos no âmbito de protestos contra o Governo venezuelano subiu de 369 para 791, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Fórum Penal Venezuelano (FPV), uma organização não-governamental de defesa de direitos humanos. “Continuamos a receber denúncias e verificar os dados. No Fórum Penal confirmamos 791 detenções de manifestantes, na Venezuela, desde 21 de janeiro de 2019”, anunciou o porta-voz daquela organização, Gonçalo Himiob, na sua conta na rede social Twitter.
Segundo o FPV, o Distrito Capital regista o maior número de detidos, 171, seguido pelos estados de Arágua (112), Zúlia (97), Monágas (59), Yaracuy (50), Bolívar (48) e Portuguesa (37). Foram ainda registadas detenções nos Estados de Amazonas (23), Anzoátegui (5), Apure (7), Barinas (6), Carabobo (33), Cojedes (26), Falcón (1), gáurico (7), Lara (25), Miranda (25), Nueva Esparta (13), Sucre (2), Táchira (17) e Vargas (27).
Os detidos são acusados, segundo aquela organização não-governamental, de delitos de terrorismo, instigação ao ódio, alteração da ordem pública e desacato à autoridade, entre outros. Os dados anteriores, divulgados no sábado pelo FPV, davam conta que 369 pessoas tinham sido detidas na Venezuela, entre 21 e 24 de janeiro de 2019, durante manifestações antigovernamentais.
Na sexta-feira, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou a oposição de promover a violência no país e pediu às autoridades que os cidadãos envolvidos em actos de vandalismo sejam condenados a 20 anos de prisão. “Já há presos que vão ser julgados e pedi ao procurador-geral [Tareck William Saab] que seja muito cuidadoso na aplicação da máxima pena de 20 anos de prisão a quem for capturado na rua, incendiando, assaltando e fazendo actos de vandalismo, que são pagos em dólares“, disse.
Durante uma conferência de imprensa, no palácio presidencial de Miraflores, o Presidente da Venezuela acusou a “direita” venezuelana de promover violência no país e insistiu que os detidos vão ser julgados para que paguem pelas suas ações. “Vamos persegui-los, com a colaboração dos vizinhos, e metê-los na cadeira, para garantir a paz”, disse.
C/Expresso.pt