A União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical considera que, a decisão do Governo de avançar com a privatização da Cabo Verde Handling em pleno Estado de Emergência é um desrespeito pelos sentimentos de angústia dos trabalhadores perante o impacto que esta crise terá nas suas vidas. Joaquina Almeida pede, por isso, a suspensão temporária do processo até que a situação se normalize.
Em conferência de imprensa proferida hoje na Praia, Joaquina Almeida informou que, num período de quatro dias, o Executivo decidiu pela privatização de dois sectores importantes da economia cabo-verdiana, a Cabo Verde Handling e os portos,. Este último no dia em que a Comissão Permanente do Parlamento concedeu a autorização para a declaração do Estado de Emergência solicitada pelo Presidente da Republica.
“Tudo isso é inimaginável e um desrespeito pelos sentimentos de angústia dos trabalhadores perante o impacto que esta crise terá na vida de cada um”, refere a presidente da UNTC-CS, lembrando que o país está a vivenciar momentos de restrições de alguns direitos, liberdades e garantias, pelo que não se compreende como é que o Governo pode avançar com medidas, que não podem ser avaliadas pelos trabalhadores, pelos sindicatos e muito menos pela sociedade civil.
Isto porque, de acordo com Joaquina Almeida, todas as atenções estão viradas para a crise provocada pela pandemia, o que leva esta dirigente sindical a afirmar que esta decisão é inoportuna e inapropriado a realização destas duas privatizações. No caso da Cabo Verde Handling, a presidente da UNTC-CS alerte para as pendências laborais existentes desde a sua criação e que precisam de resolução urgente.
“Recentemente, pedimos a intervenção urgente do Governo face às violações a atropelos dos direitos dos trabalhadores praticados pela CV Handling e aguardamos pelas correntes que se impuserem”, avisa Almeida, repetindo que o momento é inoportunopelo que há que ter prudência e equilíbrio no processo, tendo em conta que a privatização traz consigo o desemprego.
Para este dirigente sindical, os trabalhadores e os sindicatos devem ter a oportunidade de se pronunciarem e não se deparam com factos consumados. Por isso mesmo, pede que o processo de privatização, agora retomado pelo Governo, seja suspenso até que situação seja normalizada. Apela, por outro lado, aos cidadãos e os trabalhadores para cumprirem as recomendações das autoridades públicas e para ficarem em casa.