O Banco BAI Cabo Verde, a Associação dos Armadores de Pescas (Apesc) e a Cooperativa Nacional de Armadores de Pescas (CNAP) rubricaram um protocolo de intenções no montante de 200 mil conto para o sector das pescas. O montante será disponibilizado em parcelas de até 20 mil contos por beneficiário e destina-se à aquisição de barcos de pescas e de equipamentos diversos.
Segundo o presidente da Apesc, este é o culminar de um sonho da associação que preside e de uma luta que se arrastou por oito anos para mudar o olhar das instituições financeiras para o sector das pescas. “Queremos mostrar que o sector das pescas tem todas as condições de assinar protocolos deste tipo e que os atuais armadores são homens de negócios e têm capacidade de assumir as suas responsabilidades perante as instituições financeiras, no caso com o BAICV”, afirmou João de Deus, que parabenizou todo o sector das pescas de S. Antão a Brava.
Isto porque, frisou, este é o primeiro protocolo que a Apesc está a assinar desde que assumiu a presidência desta associação em 2015. “O Banco BAI mostrou que está a acreditar no sector e colocou em cima da mesa este pacote de 200 mil contos para os armadores financiarem a renovação da frota e a aquisição de equipamentos. Estamos a recuperar o sector das pescas a nível nacional no que tange a financiamento”, pontuou, lembrando que a este financiamento, acresce ainda o pacote de ajuda de 300 mil contos disponibilizado pelo Governo, totalizando 500 mil contos para o sector.
“Como presidente da Apesc, a partir de agora não vou admitir que armadores continuem a reclamar que o problema do sector é financiamento porque hoje resolvemos esta questão com esta linha de crédito. O Governo fez também já fez a sua parte. Cabe agora aos armadores e os stakeholders do sector por mãos à obra e produzir porque o país precisa de empresários com capacidade de se financiar, pagar, produzir e colocar o tecido empresarial nacional a funcionar”, assegurou.
Do lado do CNAP, o presidente Susano Vicente entende que este acto representa um romper de paradigma histórico de créditos mal-parados que fez com a banca passasse a ver o sector das pescas com desconfiança. Neste sentido, prossegue, exigiu-se um trabalho árduo para reverter esta situação e imprimir alguma credibilidade, que resultou agora na assinatura deste protocolo.
“Este não é um acordo de exclusividade. É tão simplesmente um sinal de que o sector financeiro vê com bons olhos o nosso sector das pescas. Vemos isso com muita satisfação e tudo faremos para que todos os armadores que tiverem necessidade de recorrer ao financiamento, tanto a nível da Apesc como da cooperativa, estaremos lá para ajudar de forma a cumprir na integre aquilo que acabamos de assinar.”
Já a Administradora Executiva do BAICV mostrou-se igualmente satisfeita com a assinatura do protocolo, tendo em conta que, afirmou Carla do Rosário, o sector das pescas é muito importante para a economia de Cabo Verde e, neste caso particular, São Vicente tem um papel relevante. “Acreditamos que estamos aqui em um momento de viragem em que os armadores de pesca terão um banco que está preparado para os receber e, mediante um conjunto de condições definidas no protocolo, começarmos um novo momento na história deste sector em Cabo Verde”.
O prazo de vigência deste protocolo, refira-se, é de 12 meses.