A presidente do Conselho de Administração da TACV justificou a diferença das tarifas dos voos provenientes de Portugal para São Vicente e para Praia com a procura, mas também com o preço dos combustíveis, que é mais caro no Aeroporto Internacional Cesária Évora. Sara Pires negou, entretanto, que esta diferença seja de quase o dobro. “A nossa tarifa base tem em conta o percurso, que, no caso, quer seja para S. Vicente ou para Praia, é muito similar. Por isso não podemos ter uma tarifa muito superior”, garantiu Sara Pires, num exclusivo ao Mindelinsite.
Esta responsável admite que existem alguns condicionantes com os voos para São Vicente, que têm a ver com os combustíveis. Mesmo assim, diz, a companhia não fixou valores superiores para a ilha do Porto Grande. “O que pode estar a acontecer é que lançamos as vendas para o verão e tivemos um boom de procura para São Vicente, não obstante termos mais passageiros normalmente a viajar para Santiago. Por conta disso, os voos para S. Vicente no verão lotaram em três dias. E, à medida que os lugares vão sendo ocupados, as tarifas vão aumentando”, explica.
A título de exemplo, a PCA da TACV informa que a ocupação de um avião é feita como se fosse uma escada em que os primeiros bilhetes custam um preço determinado e os últimos pacotes são vendidos por um preço muito superior. “Provavelmente, as pessoas que estão a procurar bilhetes agora já não conseguirão as tarifas promocionais, que foram comprados logo nos primeiros dias em que lançamos as viagens para o verão. Também depende muito das datas, pelo que pedimos as pessoas para fazerem muitas simulações para tentarem encontrar passagens mais acessíveis”, afirma, deixando claro, entretanto, que os voos para S. Vicente estão com uma maior ocupação por isso o aumento dos preços.
Em termos concretos, Sara Pires enfatiza que o aparelho que a companhia está a operar tem 120 lugares, que são divididos em quatro blocos de trinta. Os primeiros 30 têm tarifas mais baixos, que vão aumentando à medida que forem vendidos. “As nossas tarifas promocionais foram divulgadas na semana passada. Dependem do escalão, mas posso garantir que a estrutura tarifária para Praia e São Vicente é igual. Porém, para o mês de julho, estamos com 61 bilhetes vendidos para SV e 31 para Praia. Em Agosto, temos 41 bilhetes vendidos para SV e 18 para Praia e, em setembro, 18 e 7 para SV e Praia, respectivamente. Com isso, qualquer simulação feita nestas datas vai mostrar diferença porque os bilhetes mais baratos já foram todos vendidos”, detalha, assegurando que em outubro, por exemplo, em que poucos bilhetes já foram vendidos, os preços estão muito mais baratos.
Mesmo com a diferença de preços dos combustíveis entre os aeroportos nacionais, Sara Pires garante que esta não reflete nos bilhetes de passagem. Porém, reconhece que é um dos factores que pode fazer com que a companhia tenha um custo mais elevado em S. Vicente. “A pista do AICE é mais pequena e os aviões para descolarem gastam mais energia e, consequentemente, consomem mais combustível, que é mais caro na ilha. O combustível é mais barato no Aeroporto Amílcar Cabral e depois na Praia. S. Vicente é, de facto, o aeroporto mais caro. Por conta disso, os voos operados a partir do Sal ficam muito mais baratos para a companhia”, acrescenta, dizendo acreditar que, no caso de SV, o custo excessivo do combustível pode estar relacionado com o armazenamento.