O preço do saco de farinha de trigo de 50 quilos, que em janeiro aumentou para 4.100 escudos, baixou agora para 3.500 escudos, enquanto o de 25 kg caiu para metade, ou seja, está a ser vendido por 1.225 escudos, confirmou ao Mindelinsite a directora da Moave. Vera da Luz justifica os novos preços com a diminuição do tarifário no mercado internacional. Porém, a gestora da Moave evitou estabelecer um reflexo directo na redução do preço do pão, que custa neste momento 25 escudos, mas diz ter expectativa neste sentido.
De acordo com Vera da Luz, esta redução do custo do saco de trigo de 25 e de 50 kg deve-se essencialmente a queda do preço lá fora. “Houve uma diminuição do preço de venda do trigo no mercado internacional e, internamente, ajustamos o preço.” A directora da Moave garantiu, no entanto, que o preço do trigo ainda não atingiu os valores da pré-pandemia. “Infelizmente, ainda não chegou aos preços anteriores. Aliás, também ainda não está nos preços antes do último aumento”.
O preço do trigo, realça essa fonte, é definido pela Resolução 28/2022 de 25 de março, que amarrou o custo do trigo em 2.890 escudos. Esta resolução, refira-se, deliberou, de entre outras medidas, atribuição de um apoio institucional aos importadores na realização de compras agrupadas de produtos alimentares de primeira necessidade, mormente dos cereais, visando maior escala e capacidade negocial junto dos fornecedores, e menor risco de rotura dos stocks.
Permitiu, ainda, o reforço da capacidade efectiva do stock de cereais a granel, passando de cerca de 14 mil toneladas em uso para cerca de 32 mil toneladas, mediante parceria público-privado e o aumento da reserva de segurança e do período de cobertura das importações deste período. Antes, prossegue Vera da Luz, havia um outro programa, que fixava o preço em pouco mais de 2.300 escudos. “A Resolução n. 28 terminou no final de dezembro. Estivemos mais de dois anos com os preços controlados. Neste momento, o saco de farinha de trigo de 50 kg, que é o padrão utilizado pelas padarias, baixou de 4.100 para 3.500 escudos, sem descontos.”
Esta responsável recusa, no entanto, fazer uma ligação entre a redução do preço do saco de trigo e o custo de venda do pão. “Infelizmente não posso dizer isso, mas gostaria que esta diminuição de preço refletisse no custo final do pão porque a redução do preço foi significativa. Mas cada padaria tem a sua tabela. Vamos deixar o mercado definir o preço final do pão, até porque existe concorrência entre as padarias. Isso vai acabar por ajustar e definir o preço final do pão.”
Confrontada com o facto de a Moave estar localizada em São Vicente e, ainda assim, o pão ser vendido por um preço superior em relação as demais ilhas, Vera da Luz entende que também não faz sentido. Segundo esta responsável, em Santiago, Santo Antão e São Vicente, onde a empresa tem centros comerciais, a farinha de trigo é comercializada pelo mesmo preço. “Os clientes que compram farinha de trigo nas ilhas, pagam o mesmo preço de SV. Isto porque a Moave acaba por assumir parte do custo do transporte. Não há, por isso, razão para a prática de preço diferenciado.”
Já em relação aos taifários praticados pelas padarias, diz que pode haver diferença em função do tamanho, da forma de fazer pão ou outros custos de produção, que nada têm a ver com o preço da farinha. “Na Praia, que é o nosso maior mercado, garantimos o mesmo preço de farinha que em S. Vicente.”
