Os novos preços das passagens do transporte marítimo de passageiros oscilam entre os 920 e 4030 escudos para nacionais e 1.470 e 6.040 escudos para os não nacionais consoante as distâncias em milhas, que vão de 0-10 e superior a 150. Os bilhetes na rota mais concorrida, São Vicente-Santo Antão, aumentam de 800 para 900 escudos, representando um acréscimo de 20% nas passagens para os passageiros nacionais e de 80% para os não nacionais em comparação com a tarifa anterior. O transporte de mercadorias em câmaras frigorificas e o de transporte de animais vivos também sofre alteração, conforme despacho publicado no Boletim Oficial e que entra em vigor amanhã.
O documento, assinado pela Direção Nacional da Política do Mar, informa que é prioridade do Governo melhorar níveis dos serviços prestados no que ser refere às ligações entre as ilhas, por forma a assegurar a eficiente mobilidade de passageiros e carga e garantir a unificação do mercado nacional, trazendo uma nova dinâmica à economia. Diz ainda que a última actualização remonta a 2006, no tocante às tarifas de carga, e a 2012, quanto aos preços do transporte marítimo de passageiros.
“A presente conjuntura demanda uma ponderação nível das tarifas aplicadas, por força da inflação acumulada desde a última atualização, devido aos efeitos da crise económica, causada pela pandemia da covid-19, à guerra no leste europeu e ao aumento significativo no custo dos transportes, que ditaram a subida substancial do preço dos combustíveis, agravando a níveis insustentáveis da estrutura dos custos das empresas armadoras nacionais”, lê-se no despacho do BO com a data de 18 de abril.
Justifica ainda com a necessidade de renovação da frota, o aumento de frequências, segurança, regularidade e previsibilidade, com uma justa rentabilidade para os operadores face aos investimentos feitos no sector. Para o Governo, estas actualizações garante, também, a sustentabilidade da concessão dos serviços públicos de transporte marítimo. “Ademais, pretende-se instituir uma discriminação positiva dos ‘nacionais’ em relação aos ‘ nacionais’ , o que aliás é uma pratica internacionalmente aceite, ciente de que o fluxo turístico no país coloca uma pressão significativa sobre os recursos escassos e limitados em certos períodos do ano, especialmente neste sector.”
Assim, a partir de amanhã, quinta-feira, um passageiro nacional que pretende viajar para a ilha de Santo Antão terá de desembolsar a quantia de 920 escudos, enquanto um não nacional pagará 1470 escudos. Antes, as passagens custavam 800 escudos para nacionais e para turistas. Nas viagens para São Nicolau, os bilhetes de passagem aumentam para 1020 e 1500 escudos, respectivamente. Os preços das passagens para as restantes ilhas do arquipélago custam 1500 e 2270 escudos; 1670-2470 escudos; 1870-2820, até 4030-6040 escudos, para passageiros que vão percorrer mais de 150 milhas.
Relativamente ao tarifário base para carga, entre 0-49 milhas paga-se 1310 escudos o metro cúbico, entre 50-89 milhas o custo é de 1950 escudos e superior a 90 milhas 2930 escudos. Quanto às mercadorias transportadas em câmaras frigorificas, a tabela para o transporte de peixe fixa o preço em 5, 6 e 7 escudos por quilo nas distâncias acima referidas; 13, 17 e 19 escudos o quilo para carne de vaca; outras carnes 7, 9 e 11 escudos o quilo e, para lacticínios frescos, 5, 6 e 7 escudos.
Já no que tange aos animais vivos – gado grosso -, os valores oscilam entre os 1202 e 3999 escudos a unidade para o gado bovino; 797 e 2997 escudos cavalar/vitela e 1330 e 2997 escudos para burros por exemplo. Para o gado miúdo – porco, cabras e cão – paga-se de 362 a 798 escudos e para os restantes animais domésticos 85 a 166 escudos, consoantes as distâncias percorridas medidas em milhas.