A delegação da OMCV em São Vicente entregou na manhã de hoje kits para incrementar negócios caseiros para um grupo de jovens mulheres em situação de vulnerabilidade e que não têm condições de recorrer a empréstimos convencionais. As beneficiárias têm em média 39 anos de idade, são chefes de família com três a cinco filhos cada uma e terão de reembolsar entre 50 a 70% do investimento, consoante o caso e as fragilidades.
É o concretizar de um projecto lançado pela OMCV em março deste ano e que contou com forte envolvimento dos parceiros da instituição. Receberam kit compostos por fogão, frigorífico, malas térmicas, caixas com produtos vários, desde farinha, açúcar, manteiga, fermento, leite, de entre outros. “Fomos contactados por várias mulheres e tivemos de fazer uma selecção, após uma visita às suas residências para inteirarmos da sua real situação. Constatamos que, de facto, não reuniam condições para aceder ao crédito convencional. Procuramos então alternativas para as ajudar”, explica Fatima Balbina, que diz ter conversado com cada uma para ver o que faz ou sabe fazer.
Cada uma recebeu um kit, em função do negócio que pretende enveredar. Por exemplo, as que pretendem vender iogurte receberam malas térmicas, leite, papel alumínio, copos e frigorífico. As que vão fazer pizzas e bolos foram contempladas com batedeira, fogão, contrato de gás e uma caixa de produtos; e as que vão se dedicar à costura, foram presenteadas com máquinas, tecidos e linha. “Uma pessoa que recebeu um kit com um custo estimado de 20 mil escudos, terá de devolver 12 mil escudos. Mas iremos analisar cada caso e fixar uma percentagem consoante a fragilidade de cada uma.”
Cada uma das jovens-mulheres hoje contempladas consta do cadastro da OMCV desde 2020, por altura da pandemia da Covid-19 em que as fragilidades ficaram mais evidentes. Foi, aliás, depois disso que a organização preparou e lançou esta campanha, que ficará concluída em junho quando as 10 mulheres forem todas contempladas. “Hoje entregamos kits a seis mulheres, mas acreditamos que até junho teremos contemplado as dez”, comemora a delegada da organização em S. Vicente, que se mostra satisfeita com o impacto na melhoria da qualidade de vida dessas mulheres, dos filhos e da família em geral.
“São pessoas que vivem em situação bastante precária e que sem esta ajuda não poderiam montar ou incrementar o seu pequeno negócio porque não têm condições de recorrer às instituições financeiras. A OMCV aqui cobre a parte social. Por isso, a par dos kits, organizamos uma pequena formação sobre técnicas de venda e gestão de pequenos negócios, ou seja, ensinamos a elas os trâmites desde a compra, produção e venda. Também iremos fazer o seu acompanhamento no terreno.”
A satisfação das contempladas era evidente, conforme uma delas fez questão de afirmar. Acostumada a vender pasteis e croquetes na rua, esta jovem-mulher conta que decidiu passar a fazer iogurte e, neste sentido, recebeu um kit que, diz, vai ajudá-la bastante. “Para além de iogurte, neste momento também faço gelados e sorvetes. Esta ajuda permitiu-me expandir o meu negócio. Era o que estava a precisar. Por isso fico muito agradecida à OMCV porque o meu negócio está a avançar e já começo a sentir reflexos a nível da minha casa”, comemora.
Entusiasmada, esta jovem-mulher conta que tem o sonho de abrir um bar, que está agora mais próximo de concretizar. “A vida não está fácil. Por isso, quando conseguimos uma ajuda desta dimensão, só temos que agradecer em primeiro lugar a Deus e depois à OMCV porque sem eles continuaria a empurrar o meu sonho. E, ao me ajudarem, abriram a possibilidade de eu também ajudar outras pessoas.”