As obras do projecto de aquacultura da empresa norueguesa Nortuna SA, para produção de atum em larga escala, arrancaram ontem em São Vicente, no vale de Flamengo. Os trabalhos em terra, conforme apurou o Mindelinsite, estão a ser executados pela empresa Construções Figueiredo Soares e deverão estar prontos daqui a dois – três meses. É que em Maio-Junho, a Nortuna já prevê iniciar a produção de ovos nos laboratórios, que serão depois colocados nas jaulas no mar.
O projecto, que prevê a criação de 400 postos de trabalho diretos, aposta na produção do atum Bluefin (barbatana azul), considerado uma das espécies mais caras, cujo preço no mercado internacional pode atingir entre 32-40 euros/kg. Esse peixe pode chegar aos 200 quilogramas, é considerado o “rei” do sushi, sendo bastante procurado pelo Japão. “Este projecto tem, portanto, uma importante relação com o potencial de exportação nacional, que irá aumentar exponencialmente quando o mesmo estiver em velocidade de cruzeiro, podendo atingir cerca de um bilião de euros por ano“, considera a Cabo Verde TradeInvest.
O projecto, acrescenta essa entidade, está constituído em diferentes fases, sendo a primeira na zona de Flamengo, ilha de São Vicente. A expansão está prevista para Tarrafal de Monte Trigo, na ilha de Santo Antão, e posteriormente para a ilha de São Nicolau, onde estão situadas as duas maiores baías de Cabo Verde.
A Sociedade Nortuna CV SA, de capital norueguês, foi constituída no passado dia 9 de outubro, através dos serviços consulares de Cabo Verde na Suécia, com o apoio da representação da Cabo Verde TradeInvest na região, através do seu delegado José Martins. A Nortuna, enfatiza a CV TradeInvest, é a única empresa do mundo que domina a tecnologia de reprodução industrial de atum em aquacultura.
A Noruega é uma potência mundial também nos setores da pesca industrial. Este projecto é visto como uma grande oportunidade para Cabo Verde para desenvolver várias parcerias, também nas áreas de investigação, através do Instituto de Promoção, Desenvolvimento e Investigação das Pescas e do Ambiente Marinho (IMAR) e da Universidade Técnica do Atlântico com as congéneres norueguesas e nórdicas.