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Falta de gás nas ilhas: Enacol garante estar tudo resolvido e com o stock normalizado

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Clientes da Enacol reclamaram esta semana de falta de gás nos postos de abastecimento em S. Vicente e Boa Vista, mas a empresa garante já estar tudo resolvido. Segundo conta a direção da petrolífera, houve muita procura nos últimos meses, problemas na logística de distribuição e, por isso, enfrentaram alguns constrangimentos em abastecer todas as ilhas.

“Efetivamente temos registado nos últimos meses uma maior procura no consumo do gás butano, situação que exige por parte da Enacol a superação de alguns desafios, como a logística de distribuição do produto entre as ilhas, para que se mantenha a normalidade no abastecimento à população. No mês de janeiro tivemos alguns problemas logísticos que originaram situações pontuais nos abastecimentos a algumas localidades, mas que estão neste momento completamente ultrapassadas. Nesta data, a situação da venda de gás butano nas duas ilhas está perfeitamente regularizada, com a venda deste produto nos pontos de venda habituais”, garante a direção que sublinha que o stock deste produto nas instalações está regularizado.

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As reclamações vieram de São Vicente e da ilha da Boa Vista, onde duas cidadãs se depararam com a falta de gás e tiveram dias à espera para abastecer. Maria Santos assegura que desde sábado estava à procura de gás butano. Na segunda-feira decidiu ligar para o serviço de abastecimento à domicílio e ficou na lista de espera porque o serviço encontrava-se suspenso. Não havia gás butano na ilha de São Vicente. Felizmente, nas na terça-feira de tarde conseguiu realizar a compra. A “sorte” desta mãe residiu no facto de possuir em casa uma garrafa de gás pequena, de reserva. Algo inclusive que é desaconselhado pela Proteção Civil.

Na Boa Vista, Janisia Sofia assegura que não é a primeira vez que a ilha sofre de falta de gás butano fornecido pela Enacol. “Já cheguei a estar por mais de 3 semanas sem gás porque simplesmente não havia no mercado e estamos a falar de um bem essencial. Imagina estar com dinheiro no bolso para comprar o produto e não poder fazê-lo por não encontrar no mercado este bem de primeira necessidade, o que faz uma pessoa que tem uma família para alimentar? Arranca lenha para poder cozinha?”, questiona esta jovem que vive na Boa Vista há cerca de um ano.

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Esta e os outros entrevistados Mindelinsite confirmam que o estoque de gás butano foi reposto esta semana. Porém, diz, nos primeiro dias a falta do produto desencadeou uma corrida para abastecer, confusão, filas enormes e aglomeração, mesmo com viaturas da polícia a acompanhar as vendas.

Mas a falta de gás não é o único ponto de discórdia de Janisia, que critica o horário de funcionamento para a comercialização deste item. Segundo esta entrevistada, o horário “não satisfaz” as necessidades da população. “Em ‘dias normais’ vendem gás butano das 10 horas da manhã às 16 da tarde, de segunda a sexta-feira e, quando há pouco stock, vendem apenas três vezes por semana (segunda, quarta e sexta). Ou seja, se ficar sem gás depois desse horário ou num final de semana, não tens saída”, lamenta.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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