O presidente da Câmara do Comércio de Barlavento instou ontem os empresários presentes na abertura da nona edição da feira Expomar a aproveitarem os incentivos legais e diversificados existentes em Cabo Verde para investirem em novas áreas de negócio no sector marítimo-portuário. Ciente de que o futuro da economia está no investimento privado, Jorge Maurício anunciou que está em curso a compilação de todos os benefícios fiscais e legais concedidos no país para conhecimento dos interessados.
Maurício estimulou a classe empresarial a tirar proveito do Centro Internacional de Negócios, do balcão único do investidor externo, das oportunidades associadas à criação da Zona Económica Especial Marítima, mas também do facto de Cabo Verde fazer parte dos 15 países que integram a CEDEAO – organização com pendor para a integração regional e com mais de 300 milhões de habitantes. O lembrou ainda que Cabo Verde tem uma parceria especial com a União Europeia e a paridade do euro, deu ênfase às facilidades aduaneiras que os produtos cabo-verdianos exportados para o mercado norte-americano usufruem, no âmbito do programa AGOA.
“A bem da competitividade e do desenvolvimento económico, instamos os nossos empresários a investirem mais na diversificação da actividade económica, através das diferentes e grandes oportunidades que o mar propicia. Aos empresários e investidores externos convidamo-los a investir sem reservas neste país seguro, atractivo e orientado para as boas práticas do mercado”, apelou Maurício, que ofereceu todo o apoio da instituição que preside aos investidores.
Dando seguimento à mensagem contida no discurso do presidente da CCB, o ministro Jorge Santos reforçou que o Governo tem vindo a criar um ecossistema para a atração do investimento externo, criando “ótimas condições” para a instalação de novas empresas no país. Santos destacou que um dos pontos fortes desse ecossistema é o facto de conceder segurança jurídica aos investidores.
Segundo o ministro das Comunidades, Cabo Verde apresenta características muito próprias, sendo reconhecido no mundo como um país de paz e tranquilidade, mas também previsível e seguro. Enfatizou que Cabo Verde é um Estado que privilegia a boa governança e o segredo está no respeito pela alternância do poder político.
Para Jorge Santos, a Expomar já é uma marca nacional, sendo uma feira bem acolhida no Atlântico Médio e no seio dos países da Macaronésia. E prova disso, prossegue, é a presença de delegações empresariais da Galícia, Açores e Madeira. A exposição, sublinha, acontece em S. Vicente, capital cabo-verdiana do mar, que alberga as principais empresas e instituições ligadas ao sector marítimo, como a Enapor, a universidade UTA, o IMP, a FIC, os estaleiros da Cabnave, além do Ministério do Mar.
Por sua vez, o edil Augusto Neves enfatizou que a ilha de S. Vicente cresceu voltada para o mar, usufruindo-se do seu porto natural abrigado, que recebe gentes de todas as latitudes. Em Mindelo, cidade do mar, disse Neves, foram instaladas empresas marítimas e pesqueiras, que entraram para a sua história. Segundo o presidente da Câmara de S. Vicente, o mar está muito presente na própria cultura e identidade dos cabo-verdianos. Até a Morna, estilo musical muito presente da terra natal de Cesária Évora, acrescentou, veio do mar.
Segundo Angélica Fortes, administradora-delegada da FIC, quis a natureza dotar S. Vicente da baía mais abrigada de Cabo Verde, com uma orografia envolvente e próxima a majestosa ilha de Santo Antão. “Este condicionalismo geográfico fez com os seus povoadores originários, em maior escala de S. Nicolau e Santo Antão, esquecessem a enxada e se convertessem em gentes do mar, embora alguns deles já tenham trazido da ilha de origem a vocação oceânica”, acrescentou a gestora. Fortes assegurou que a Expomar visa, na sua modesta, mas pertinente expressão, manter vivo o casamento de S. Vicente com o mar.
A Expomar, feira das actividades económicas ligadas ao mar, reabriu ontem as portas na cidade do Mindelo, após uma paragem forçada de três anos, ditada, em parte, pela pandemia da Covid-19. São 46 as empresas e instituições que ocupam os stands nos armazéns da Enapor, na Avenida Marginal, e que apresentam uma variedade de produtos e equipamentos ligados ao turismo e lazer, pesca desportiva, aquacultura, etc.
