A Enapor lançou hoje o concurso público internacional para a subconcessão da plataforma de frio do Porto Grande, anteriormente gerida pela fábrica Atunlo. A informação foi avançada esta manhã à imprensa pelo administrador Irineu Camacho, tendo salientado que esta é a metodologia certa para a empresa encontrar um parceiro sólido para explorar a infraestrutura de armazenamento e congelamento de pescado.
“Queremos deixar claro que a nossa visão é garantir que todos os direitos dos trabalhadores contratados pela Atunlo sejam salvaguardados pelo novo concessionário. Este aspecto está bem patente no caderno de encargos”, salientou Camacho, que concedeu a entrevista colectiva logo após um encontro com dezenas de funcionários da fábrica no refeitório do serviço de mão-de-obra portuária.
Confrontado com a informação anteriormente avançada pelo ministro do Mar de que a Enapor estava a trabalhar num projecto com empresas interessadas em assumir a exploração do espaço, Camacho frisou que a Enapor tem os seus procedimentos internos e que a melhor forma de assegurar total transparência ao processo é através de um concurso público. “Esta decisão não exclui ninguém, pelo contrário permite a manifestação de interesse de todos os potenciais parceiros porque é um concurso aberto a todos”, sublinhou.
Este passo faz parte, conforme o citado gestor, de objectivos traçados pela Enapor desde que reassumiu o controlo da plataforma de frio com a declaração de falência pela Atunlo. A par disso, lembra, a empresa assumiu o compromisso de garantir os salários em atraso e os encargos sociais no INPS aos trabalhadores colocados em casa. Irineu Camacho garante que todas essas metas estão a ser respeitadas, ou seja, a empresa tem estado a pagar os vencimentos e o seguro social a 152 trabalhadores. Deste grupo, adianta, cerca de 30 estão actualmente a trabalhar nas 4 câmaras de frio da Nave-2 da fábrica, que foi reactivada e encontra-se neste momento completamente cheia de produtos, na sua maioria de operadores privados do mercado mindelense.
A preparação do concurso levou em conta, conforme Camacho, a experiência com a fábrica Atunlo. Lembrou, aliás, que a Enapor intentou um processo contra a seguradora da empresa espanhola e adiantou que outros processos judicia estão a caminho porque a Enapor quer reaver todos os seus direitos.
As novidades anunciadas pela Enapor caíram no agrado do delegado do sindicato SIACSA em S. Vicente, que acompanhou, aliás, o encontro realizado hoje de manhã com os trabalhadores. Em declaração à imprensa, Heidi Ganeto sublinhou que tem estado em contacto com a Enapor e que foi informado do lançamento do concurso para subconcessão da plataforma. “Ficamos satisfeitos porque temos actualmente 152 trabalhadores envolvidos, a maioria está em casa, mas recebendo o seu salário e com o INPS em dia”, enumera Ganeto, que diz esperar a continuidade dos direitos laborais com a próxima gestora da infraestrutura.
A mesma expectativa manifestou Margarida Costa, uma das ex-funcionárias da Atunlo que augura um futuro estável para a actividade nesse serviço do Porto Grande. Esta porta-voz confirmou que os trabalhadores têm recebido formações no decurso deste ano para estarem melhor preparados para o exercício das suas funções.
