O Director Executivo da multinacional Cegid em Portugal e África mostrou-se ontem surpreso com o nível da familiaridade das pessoas e das empresas cabo-verdianas com as novas tecnologias e suas tendências. Presente pela primeira vez em S. Vicente no quadro de um encontro com líderes e gestores empresariais para apresentar as novas propostas tecnológicas da Cegid-Primavera, Josep Maria Raventós efectuou visitas a alguns clientes, além de contactos individuais, e ficou impressionado com os avanços tecnológicos adoptados.
Publicidade
“Uma das coisas que me surpreendeu gratamente é o que os ingleses chamam de ‘early adopters’, ou seja, pessoas que estão muito habituadas com a tecnologia. Talvez isto ocorra em Cabo Verde por se tratar de ilhas e haver essa enorme necessidade de comunicação com recurso à Internet e a ferramentas tecnológicas consideradas avançadas”, avaliou Raventós.
No caso da Inteligência Artificial, o gestor espanhol não encontrou nenhuma empresa que já esteja a usar essa incrível tecnologia em Cabo Verde. Caso diferente da Cegid, líder de mercado em soluções de gestão na Cloud, que já abriu um centro de desenvolvimento tecnológico em Braga, onde, segundo Raventós, estão neste momento 50 pessoas a trabalhar no campo da IA, numa parceria com a Universidade do Minho. A previsão é que o número de trabalhadores venha a triplicar em 2025, com o objectivo de permitir a aplicação dos conhecimentos nas soluções de gestão disponibilizadas pela Cegid aos seus 500 mil clientes a nível mundial.
“O trabalho que estão a fazer nesse centro de Braga é basicamente desenvolver a parte da IA Generativa, que vai permitir incorporar às nossas soluções uma série de vantagens competitivas”, salienta a citada fonte.
No encontro realizado ontem com representantes de 59 empresas na Universidade do Mindelo, a Cegid centrou as apresentações e discussões sobre a digitalização das operações, a evolução tecnológica e os benefícios associados às novas tecnologias, como a Cloud e a Inteligência Artificial, no negócio. Neste prisma, Raventós acentua que a evolução natural para a Cloud pelas empresas cabo-verdianas é um facto. “Esta caminhada está a acontecer e, no caso de Cabo Verde, estamos a falar de um país constituído por ilhas onde a mobilidade e a comunicação são extremamente importantes. Neste sentido, a evolução para a Cloud é uma grande vantagem competitiva”, refere.
No tocante a Inteligência Artificial, este executivo da Cegid em Portugal e África salienta que vai basicamente disponibilizar ferramentas nas aplicações, que irão acelerar e melhorar a execução de tarefas repetitivas. Em jeito exemplificativo, revela que 70 por cento do tempo dos utilizadores é aplicado na parte da exploração de dados. Com o recurso a IA, essa tarefa será substancialmente simplificada e vai disponibilizar tempo para outros expedientes.
A Cegid está neste momento a realizar encontros directos com os clientes em S. Vicente e Sal, ilha que vai acolher o mesmo tipo de encontro amanhã, dia 30. Segundo Josep Rabentós, a multinacional está por enquanto a apostar num trabalho didáctico para dar a se conhecer enquanto companhia de alcance global, com escritórios em 22 países e 4.400 colaboradores. Acentua que um dos objectivos é partilhar a visão de uma empresa com quase um bilião de euros de facturação anual, cujas soluções tecnológicas de gestão financeira são usadas em 130 países para que os clientes actuais e futuros possam também trilhar o mesmo caminho, tendo em conta as tendências tecnológicas mundiais.
Dona do Grupo Primavera, nome bastante conhecido em Cabo Verde no domínio das aplicações de gestão financeira, a Cegid quer agora passar a ser reconhecida de forma autónoma e ganhar sua própria notoriedade no país. Segundo Josep Maria Raventós, a empresa está a encetar esse trabalho de marketing, que vai levar o seu tempo. Por enquanto tem usado a associação Cegid-Primavera para facilitar a assimilação pelos clientes.