Desde ontem, dia internacional da mulher, o espaço Criola Beauty é palco da exposição de obras produzidas por dez mulheres empreendedoras, que trabalham nas áreas da bijutaria, arte, decoração, acessórios de moda e estética. A ideia partiu da empresária Isabel Varela, que decidiu disponibilizar o amplo salão da boutique para que outras colegas pudessem apresentar os seus produtos aos mindelenses.
Inicialmente, conta esta contabilista e auditora, pensou em convidar a amiga Liliana Fonseca para expor os seus quadros. “Entretanto tive um click e pensei em abranger outras mulheres. Não escolhemos ninguém em específico. Foram pessoas amigas que nos foram indicando nomes e acabamos por criar uma lista”, conta Isabel Varela, que enaltece o facto de essa ideia ter surgido, por acaso, no mês da mulher.
O espírito da iniciativa, explica, é levar à prática o lema “juntas, somos mais fortes”. Isabel Varela diz acreditar neste princípio, mas tem reparado que as pessoas tendem a preferir caminhar sozinhas, ou seja, cada uma por si. “Fala-se muito agora no empoderamento da mulher e acho que podemos colocar uma vírgula diferente na vida de alguém quando nos unimos”, reforça. O objectivo primordial, enfatiza, é dar visibilidade às mulheres convidadas. E uma das formas de fazer isso será também através da divulgação de entrevistas personalizadas nas redes sociais.
A professora Liliana Fonseca concorda que essa iniciativa vai ajudar a promover o trabalho das mulheres envolvidas. No seu caso, acabou por disponibilizar dez quadros artísticos, obras inspiradas nas mulheres. Algumas já estavam prontas, outras foram feitas especificamente para o projecto. “Gosto de trabalhar com o tema mulher e estamos exactamente no nosso mês”, realça Liliana, que começou a desenvolver a sua paixão pela pintura no auge da pandemia da Covid-19. Para ela, a ideia de Isabel Varela é excelente por acolher uma exposição num espaço pouco usual para esse tipo de evento.
Maria de Jesus, 66 anos, vê também a iniciativa como forma de aumentar a visibilidade das suas obras de bijutaria. Desde 2017 que trabalha com pérolas, pedras, búzios e panos de terra e os seus produtos, diz, costumam ser comprados por emigrantes residentes em países como Portugal, Angola, Estados Unidos e Itália. “Costumo trabalhar em casa e faço isso mais por divertimento. Mas é muito bom podermos promover o nosso trabalho fora do nosso atelier”, considera Maria de Jesus, que começou recentemente a customizar chinelos.
A costureira Nina Almeida vai ter um papel de destaque no programa. Ela vai fornecer todas as roupas para um desfile de moda, agendado para o dia 26 de março. São trajes de noite e de gala, feitos com tecido fino e de linho, algumas inspiradas em motivos africanos.
Por estes dias, tem estado ocupada no seu atelier com a confeção das peças. Inicialmente seriam 48 roupas, mas pensa que pode fazer à volta de sessenta. Esse desfile, segundo Isabel Varela, é para fechar o mês com chave de ouro.