Os condutores da ilha de Santo Antão que fizeram esta manhã uma manifestação pacífica à entrada do cais do Porto Novo negaram viajar para a ilha de S. Vicente no navio Chiquinho BL, pertencente à concessionária CVI. Justificam que a companhia continua a praticar um frete exorbitante, após aumentar o custo da passagem de 5.400 escudos para 15.200 escudos de uma assentada.
Segundo Anderson Sousa, o protesto mobilizou cerca de 50 proprietários e condutores, provenientes da Ribeira Grande, Paul e Porto Novo, número que o satisfaz. “Começamos a chegar por volta das 8 horas e estamos aqui solidários e sintonizados no nosso objectivo, que é levar a CVI a aplicar um preço justo”, disse o condutor num contacto telefónico com o Mindelinsite. Esta fonte assegura que apenas 3 carros viajaram no Chiquinho e que o resto do pessoal preferiu esperar pelo navio Mar d’Canal, que ainda não mexeu na tarifa.
“Mas sabemos que vão também aumentar o preço. Só não sabemos ainda qual será o valor”, comenta Anderson Sousa. Questionado, assegurou que ainda nenhuma das três Câmaras Municipais de Santo Antão pronunciou-se sobre o problema.
O condutor Maurino Gomes também está satisfeito com a adesão dos colegas a essa manifestação pacífica. Este profissional adianta que, se o preço das passagens continuar tão alto, vão mobilizar as vendedeiras de verdura e comerciantes para tomarem juntos uma atitude mais musculada. “Mas sempre dentro da legalidade”, faz questão de frisar.
Com 25 anos de estrada, 15 dos quais prestando serviço na rota entre Porto Novo e Porto Grande, Maurino Gomes diz que nunca viu uma subida tão drástica do preço do frete marítimo. Admite que era previsível um aumento do custo do serviço, mas nada tão absurdo. Tal como outros colegas, decidiu esperar o navio Mar d’Canal para a viagem rumo ao Porto Grande.