O Centro de Turismo e Economia Solidária apresentou hoje no Mindelo um projecto intitulado “Fomento da Tradição e Cultura de São Vicente através da Promoção Digital e da Criação de Espaços de Partilha de Saberes”, cujo propósito é promover a tradição e a cultura da ilha. Paralelamente, promoveu uma mesa de diálogo, como sendo a primeira actividade no âmbito deste projecto, para ouvir, discutir e reflectir sobre as dificuldades do Centro e de todos os envolvidos no sector do turismo.
Trata-se de um projecto modesto, mas com um impacto positivo não só no Centro de Turismo e Economia Solidária, mas também todos os seus colaboradores. “Este projecto foi pensado com intuito de criar novas ferramentas para o Centro, mas sobretudo que dêem mais visibilidade a aquela que é a actividade e aos produtos que promovemos, não só os produtos físicos, mas os serviços e sobretudo a toda esta rede que temos criado desde que iniciamos”, afirmou a coordenadora, Cristina Moreira.
Esta explica que o projecto é sustentado pela componente Diversidade do projecto Procultura Palop-TL, que, por sua vez, é financiado pela União Europeia e co-financiado e gerido pelo Camões IP e promovido pela Associação Amigos da Natureza no montante de 345 mil escudos. Deste valor, 220 mil escudos é proveniente do Diversidade e 125.000 escudos da Associação Amigos da Natureza. Tem por objectivo promover a tradição e a cultura de S.Vivente, através de ferramentas digitais e de espaços de partilha de saberes, através do apoio aos artesãos e produtos locais. “Almejamos dois resultados. Por um lado, uma campanha e promoção da tradição e cultura artesanal da ilha e, por outro, criar espaços de partilha de saberes e de dialogo sobre diversos temas ligados ao artesanato, à cultura aos empreendedorismo, que serão promovidos por esta rede no Centro”.
De acordo com a coordenadora, o projecto arrancou em dezembro de 2021 e termina em abril do corrente ano. “O tempo é curto, mas suficiente para realizar as quatro actividades que pretendemos, sendo a primeira uma campanha da tradição e cultura que subdivide em outras: criação de um suporte de video que será divulgado nas redes sociais e que tem por objectivo promover a produção artesanal local e produção de um catalogo online”, detalha Cristina Moreira, que destaca a forte componente digital deste projecto para chegar cada vez a mais público e mais longe.
Sobre o catálogo, refere, a ideia é centrar nos artesão que fazem parte da rede, contar a sua historia, mostrar e dar visibilidade aos trabalho por estes desenvolvido e aos seus produtos. O catálogo vai estar disponível na internet, mas haverá uma copia disponível no Centro de Turismo, na sua sede no Mercado Municipal em SV, para que as pessoas que visitem o espaço possam conhecer os artesãos por detrás dos produtos.
Uma segunda actividade, prossegue Cristina, é a criação de espaços de partilha, que cita como exemplo a “Mesa de Diálogo” realizada hoje e que é a primeira acção publica do projecto. “Quisemos aproveitar para que este fosse um momento repartido entre esta apresentação e esta mesa de dialogo para ouvir, discutir, reflectir sobre aquilo que tem sido as dificuldades destes dois anos, que têm sido para todos de uma forma geral, para o Centro e para todos os que estão envolvidos no sector do turismo. Queremos criar sinergias e acções que nos permitem de alguma encontrar estratégias para dinamizar algumas atividades para abrir este Centro à comunidade de SV e para temos momentos de partilha de saberes e de conhecimento.”
Coube ao presidente da Associação Amigos da Natureza, na qualidade de promotora deste projecto, fazer as honras da casa e falar da importância do Centro de Turismo e dos projectos desenvolvidos nestes três anos de existência. Lembrou que o Centro e Turismo foi criado no quadro de um outro projecto, implementado entre 2016 e 2019, intitulado Rede de Promoção de Turismo Inclusivo e Solidário de desenvolvimento sustentável e valorização do território de SV, também financiado pela UE e promovido pela Associação dos Amigos da Natureza e o CERAI – Centros de Estudos Rurais e Agricultura Internacional e vários outros parceiros.
Funciona como um espaço sem fins lucrativos e tem como objecto de promover os territórios rurais da ilha, permitir a valorização turística e o acesso à comunidades que tradicionalmente estão excluídas dos circuitos turísticos convencionais através de alguns instrumentos, nomeadamente dos roteiros de turismo e economia solidaria.
