Os artesãos cabo-verdianos passam a contar a partir de hoje com uma linha de credito assegurada pelo BCN, como estabelece um protocolo assinado esta manhã entre o banco e o CNAD – Centro Nacional de Arte e Design. O acordo, rubricado pelo administrador Carlitos Fortes e Irlando Ferreira, gestor do centro na cidade do Mindelo, abre duas possibilidades de financiamento, nomeadamente o crédito à tesouraria e o destinado ao investimento. O primeiro cobre a aquisição de matéria-prima e o segundo visa o financiamento de infraestruturas para produção de artes visuais e equipamentos e estratégias de comercialização de produtos.
Segundo Carlitos Fortes, o BCN, enquanto banco 100% cabo-verdiano e que promove a inclusão, rapidamente percebeu as dificuldades que alguns artesãos enfrentam para sustentar as suas actividades, apesar de representarem uma parcela importante da economia. “Há muitas famílias que vivem à volta da arte, mas essa actividade não tem respaldo na banca para financiamento. Isto provoca dificuldades de sobrevivência dessas actividades”, salienta Fortes, para quem uma empresa tão cabo-verdiana como o BCN tem de conhecer profundamente a realidade socioeconómica do país e apresentar soluções. É neste âmbito que surge a linha de crédito FARDART, que, diz, irá possibilitar os devidos investimentos dos projectos artísticos.
Estes passarão a contar com financiamento até 300 contos no crédito à tesouraria e até 1000 contos no quesito investimento. Cada um tem a sua taxa de juro associada e um período de vigência diferente. Os financiamentos não exigem garantias prévias, pelo que o banco vai trabalhar na sensibilização dos destinatários. Em caso de incumprimento, a continuidade da linha de crédito pode ficar em causa, mas o objectivo da administração é aumentar esse valor a cada renovação do protocolo com o CNAD.
Há um ano que as partes vêm tentando dar esse passo, segundo Irlando Ferreira. Com a sua concretização esta manhã, diz o director do CNAD, fica colocado um pilar que irá ajudar no desenvolvimento e sobrevivência dos artesãos e criativos. É que, sublinha Ferreira, o centro não tem capacidade para garantir o financiamento da classe através do seu orçamento. “Uma instituição desta natureza não tem competência para financiar, mas pode criar protocolos, neste caso com um banco”, diz Irlando Ferreira, que vê essa parceria a perdurar desde que todas as partes saibam honrar os compromissos.
Conforme o protocolo, o CNAD compromete-se, entre outras atribuições, a promover a linha de crédito FADART junto da classe artesão e a dar pareceres técnicos sobre os projectos submetidos a financiamento. Já o BNC assegura o compromisso de ser um parceiro de excelência do CNAD e a prestar todas as informações sobre a linha de crédito para divulgação junto dos destinatários. Além disso, o banco disponibiliza um cartão de débito Vinti4 associado ao do artesão do beneficiário de financiamento.
Tudo isso, graças a Manuel Figueira, Luisa Queiróz, Bela Duarte e seus pupilos como Joana Pinto.
Agradecimentos.