A Associação de Peixeiras do Mindelo apresenta esta sexta-feira a sua marca social, com um pequeno desfile desde o Museu do Mar até a Praça Dom Luís. Haverá intervenções das peixeiras sobre a nova marca social e a nova imagem da APM.
O lançamento da nova marca desta associação terá um flash mob, ou seja, uma performance exclusiva de curta duração – entre 10 a 30 minutos -, onde para além de ser revelada a imagem da associação, será um momento onde as peixeiras serão as protagonistas, demonstrando a sua união e dedicação.
‘A escolha deste formato (flash mob) reflete a imprevisibilidade da profissão e sobretudo a essência da APM: união, partilha e o profundo desejo de fortalecer o associativismo e a nossa ligação à comunidade’, refere uma nota da APM, enviada à redação do Mindelinsite. ‘Serão as pessoas, de passagem pela praça Dom Luís, que descobrirão a ação no momento, mas a força e o impacto virão de quem escolhe estar presente nesta flash mob, apoiando a nossa Associação’, acrescenta.
A expectativa é de que a dinâmica desta associação se traduza no logotipo, que espera venha a provocar impacto, à semelhança do que aconteceu recentemente, quando a associação convidou alguns artistas mindelenses para pintarem as tinas das peixeiras. De acordo com Estíbaliz Táboas, foram convidados nove artistas de São Vicente e pintaram um total de 16 tinas das peixeiras desta ilha.
Esta é mais uma iniciativa do projecto “Amdjer d’Txeu Luta”, que tem como objetivo promover uma cadeia de pesca mais inclusiva e sustentável, assegurando os direitos das mulheres e dos jovens na ilha de S. Vicente. O projeto é implementado pela APM e pela ONGD Paz e Desenvolvimento, com o financiamento da Cooperação Espanhola, através da Agência Espanhola de Cooperação Internacional.
Começou a ser implementado a cerca de dois anos nas comunidades de São Pedro, Calhau e Mindelo. Trabalha em toda a cadeia da pesca, medidas legais para fomentar uma pesca artesanal mais sustentável e fortalecimento das associações ligadas à economia azul e às peixeiras. ‘O projeto incluiu a formação profissional de mulheres e jovens na área da pesca em vários aspectos como a segurança, higiene e consciência ecológica. Após a formação, os pescadores receberam a cédula de pescador autorizada que é um requisito legal com o qual muitos pescadores trabalhavam sem’, refere.
A Associação de Peixeiras do Mindelo tem estado a desenvolver projectos vinculados a economia azul, mas também no sector da pastelaria, cafeteira e bar, de preparação de refeições, e que estão ligadas ao turismo nas áreas costeiras. Todos estes planos, assegura Táboas, têm uma forte transversalidade na questão da igualdade e equidade de género, de modo que incentivou a luta pelos direitos e dignificação no colectivo das peixeiras e dos tratadores, ou seja, do sector da pesca artesanal no geral.