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Desporto

Mindelense presenteia adeptos com vitória por 3×1, está na final e é ovacionado no Adérito Sena

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O Mindelense foi ovacionado pelo público que lotou o estádio Adérito Sena para ver a vitória da sua equipa no primeiro jogo da segunda mão das meias-finais contra o Onze Estrelas da Boa Vista. A vitória por 3×1 foi saborosa, mas os adeptos aplaudiram sobretudo o bom jogo de futebol. Os astros conspiraram para o Mindelense neste dia do seu centenário. A habilidade de Papalele, aliada a velocidade de Pibibe e a inteligência do Duke, o estratega da equipa, mas também a experiência do Toy Adão, foram determinantes. Mas o treinador Rui Alberto também teve grande mérito, soube ler o jogo e fez as substituições na hora certa. Mindelense já está na final de 01 de Junho e aguarda o adversário, Oásis ou Ultramarina.

Foi uma festa bonita, com o público a instigar e a aplaudir as duas equipas. Mas o Mindelense foi intenso e letal, claramente com intensão de resolver o jogo o mais rapidamente possível. Começou por repetir o onze do primeiro jogo na Boa Vista. O sol escaldante e o forte calor não incomodavam. O Mindelense jogava bonito, circulava a bola por todo o campo, mas sobretudo pelo lado esquerdo com Papalele, que teve várias oportunidades para marcar desde os primeiros minutos. O Pibibe, o melhor marcador da equipa, dava espectáculo. Aliás, por pouco não marcava um grande golo de bicicleta, que raspou o travessão. Nesta altura, o campeão de São Vicente ganhava todas as segundas bolas e o Papalele destacava.

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O Onze Estrelas, que também manteve a mesma equipa da primeira-mão, tentava contra-atacar. Mas, nesta altura do jogo, a preocupação maior era afastar a bola da zona de perigo. Sem pressa, tentava reduzir o ritmo intenso do jogo do Mindelense. Ainda assim, conseguiu um ataque perigoso, que foi travado pela defesa encarnada. Aos 28 minutos, Duke inaugurou o marcador, após uma assistência magistral de Papalele que, ainda antes do intervalo, fez o gosto ao pé. O Mindelense vencia por 2×0.

Por esta altura, todo o futebol do Mindelense passava pelo Guga, Netcha e Papalele. O Onze Estrelas, que é uma equipa muito física enquanto o Mindelense é mais tecnicista, não conseguia impor o seu jogo. Mesmo assim, de um pontapé de canto, reduziu o placar. Piduca não conseguiu segurar um remate subtil de bola parada de Maldini a segundos do término da primeira parte. Foi o primeiro remate enquadrado da equipa da Boa Vista. As duas equipas foram para o balneário, com uma vantagem tangencial, por 2×1, para os “rapazes da Rua d´Praia”.

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As expectativas eram, por isso, enormes para a segunda parte do jogo, que começou com um ritmo mais baixo. Galvanizado pelo golo no fim da 1ª parte, o Onze Estrelas, empurrou o Mindelense para o seu meio-campo. Jogava então melhor. O treinador Rui Alberto estava claramente insatisfeito com o desempenho dos seus pupilos, pelo que decidiu refrescar a equipa. Tirou o médio Makalele e meteu o Larry, sua “arma secreta”. E tanto insistência deu resultado. Mindelense conseguiu equilibrar o jogo, que estava muito vivo. E Pibibe, o homem golo dos campeões regionais de São Vicente, fez o terceiro golo para o Mindelense. Foi uma execução magistral.

Mas o Onze Estrelas dava grande réplica. Porém, a sua situação, que já era desfavorável, agravou-se com a expulsão do guarda-redes John, que apanhou a bola com as mãos fora da grande área. O treinador viu-se obrigado sacrificar o jogador Vany, para entrada do guarda-redes suplente Rui. Foi um golpe nas aspirações do campeão regional da ilha da Boa Vista. A equipa fez ainda uma segunda substituição, com a saída de Xone, para entrada de Torrada. Rui Alberto do Mindelense respondeu. A 5 minutos dos 90 tirou Papalele e, para o seu lugar, entrou o Ary. O Larry também jogava bonito e podia ter dilatado o marcador. Foi travado por pelo menos três vezes pelo guarda-redes Rui, que fez algumas defesas impensáveis.

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O público saiu do Adérito Sena de alma lavada. Aplaudiu o Onze Estrelas e ovacionou o Mindelense. No final, jogadores e treinadores das duas equipas estavam satisfeitos. “Nossos atletas estão de parabéns. Viemos de uma zona humilde, Bufareira, e mostramos que viemos para jogar e ganhar. Infelizmente perdemos, mas saímos daqui com a cabeça levantada. Parabenizamos o Mindelense por esta vitória e pelo centenário. Caímos de pé”, disse o Osvaldino Rocha.

Do lado do Mindelense, Duke garantiu que sempre acreditou na vitória. Para isso, trabalharam e conseguiram chegar até a final. “Entramos no jogo com ´felling` de jogar para ganhar, mas sem desprezar o adversário. Nunca ganhei nenhum nacional, espero que este seja o primeiro. Não importa quem será o adversário. Vamos entrar com o mesmo ´felling`”.

Lázaro Ramos com programa Mindelact 2019

Já o treinador Rui Alberto distribuiu agradecimentos ao público, à sua equipa técnica e à direcção do Mindelense. Disse que sabia que seria um jogo de pressão acrescida porque coincidiu com os 100 anos do clube, mas também porque o adversário estava preparado. “Tínhamos de ser inteligentes e fomos. Marcamos quando era preciso e sofremos um golo quando não devíamos. Mas entramos bem na segunda parte. Esta equipa está de parabéns.”

Agora é preparar e desfrutar de mais uma final, o sexto em sete possíveis. E o tecnico mindelense nem se mostra preocupado quem será o adversário, até porque, diz, tanto a Ultramarina como o Oásis são boas equipas. Mas, no balanço da época, não tem dúvidas que o Mindelense foi grande. “Ganhamos o Torneio de Abertura, a Taça de São Vicente e estivemos nos quartos-de-final da Taça de Cabo Verde. E no próximo dia 01 de Junho vamos disputar mais uma final do campeonato nacional. Estamos satisfeitos”, confessa Rui Alberto, para quem o Mindelense e uma equipa muito sólida, que tem uma boa retaguarda.

Constânça de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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Um Comentário

  1. Final da taça de Cabo-Verde e Odair Lima, a pedido nao se sabe de quem, afirma:

    Com esta final, vamos ter uma terceira ilha a vencer esta taça.
    Uma delas é Santiago que ja a ganhou mais vezes. A outra é Maio, com os Onze Unidos.

    Só que:

    Ninguem acredita que os jornalistas desportivos nao saibam que S.Vivente tambem é detentora deste trofeu.
    Que o Mindelense de S.Vicente foi a primeira equipa caboverdeana a vencer esta competicao

    Entao pergunta-se: porquê essa acção tåo levianamente agressiva contra uma equipa de S.Vicente e contra a própria ilha de S.Vicente???

    Porque é que sequer lhes passa pela cabeca tomar uma medida mais facil, mais logica e até mais séria e responsavel, que seria a de chamar o presidente do Mindelense à comunicacao social para falar (e esclarecer) sobre este assunto??

    Mas de todo o modo, há outra coisa muito estranha que se está a passar:

    Ninguem entende porque é que a propria direcao do Mindelense, vendo como está vendo anos apos anos o que se estä a passar, nunca tem ela propria a iniciativa de solicitar uma conferencia de imprensa à TCV, para se pronunciar sobre este assunto e esclarecer duma vez por todas a verdade a todo o povo de Cabo-verde.

    E neste caso, se a comunicacao social, mesmo assim continuar a insistir assim estupidamente nesta mentira, o mindelense deve levar este assunto ao tribunal.

    Mas, nunca baixar a cabeça perante a malvadeza humana (de certos ditos homens, claro).

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