A Associação de Amizade Itália – Cabo Verde enviou um donativo de mais de mil quilos em materiais e equipamentos à Federação Cabo-verdiana de Vóleibol, numa parceria com a Federação Italiana de Pallavolo (FIPAV) e apoio da agência de Dario Di Teodoro. O objectivo, diz a presidente desta associação, Maria Silva, é continuar a apoiar o desenvolvimento do desporto no país.
O donativo é composto por um conjunto diversificado de materiais e equipamentos, desde bolas, fatos de treino, bolsas e materiais de vôlei e Beach vôlei em geral, nomeadamente camisolas, calções, de entre outros, e já foi recebido pelo presidente da Federação Cabo-verdiana de Vôlei, António Rodrigues. “ Desde 2017 a Kriol-Ità está a apoiar o voleibol em Cabo Verde. Criamos a associação em 2016 e, logo no ano seguinte, começamos a apoiar esta modalidade no arquipélago. Vestimos a selecção nacional com materiais que recolhemos aqui junto da Federação Italiana da modalidade.”
Apesar das medidas dos atletas italianos serem maiores, Maria Silva acredita que o contributo tem sido valioso e bem aproveitando. “Sempre que são contemplados com um donativo, sei que cada atleta cabo-verdiano leva os seus equipamentos para as costureiras fazerem a adaptação. É uma satisfação muito grande para nós e uma forma da Kriol-Ità ajudar a desenvolver o desporto cabo-verdiano de uma maneira geral”, diz esta emigrante na Italia, que também está por detrás do esgrima no país.
E este é um trabalho para continuar, diz Maria Silva, que destaca o o forte relacionamento entre o vôlei cabo-verdiano, inclusive está neste momento a trabalhar no sentido de firmar uma parceria entre as duas federações da modalidade. No entanto, a par do desporto, a Associação Kriol-Ità tem vindo a realizar uma série de missões cirúrgicas para Cabo Verde, sobretudo em urologia infantil e oftalmologia.
Em boa hora
Para o presidente da FCV, este donativo não podia chegar em melhor altura, tendo em conta a retoma das actividades. Neste sentido, já abordaram quase todas as associações desportivas, escolas secundárias e equipas de voleibol no sentido de enviarem a lista das suas equipas, tamanhos preferenciais e outros, tendo em conta que estão há quase dois anos sem qualquer tipo de apoio. “Neste momento, temos alguns jovens das escolas de iniciação a contabilizar este donativo para sabermos exactamente o que temos, antes de começarmos a sua distribuição”, detalha.
Instado a falar da relação entre a FCV e a Kriol-Ità, António Rodrigues afirma que deste sempre esta associação e principalmente a sua presidente acarinham o voleibol. “Esta associação, junto com a FIPAV, firmaram uma parceria que, ao longo dos tempos, tem ajudado e a nossa federação. Têm vestido a nossa seleção e feito com que Cabo Verde não sinta falta de materiais para as suas selecções.”
Em termos concretos, António Rodrigues destaca os apoios para as selecções, sobretudo de Beach vôlei, em todas as actividades realizadas. “Para o Governo de Cabo Verde, isto significa uma despesa a menos porque não nos preocupamos com a compra de materiais para jogos e nem para treinos porque a Kriol-Ità consegue sempre os equipamentos junto da FIPAV. É uma parceria longa e muito frutífera porque temos vindo a receber muitos materiais, principalmente de Beach vôlei.”
São igualmente contempladas as associações da modalidade com a doação de materiais para as actividades realizadas, nomeadamente os torneios de Beach vôlei. “Todas as associações têm vindo a receber um leque de equipamentos, desde camisolas, biquinis, etc, dando maior brilho à estas competições. O mesmo acontece a nível da seleção, sendo que, neste caso, chegam com o logo da Itália. Mas, na nossa criatividade, fazemos uma adaptação com o logo da FCV. Isto porque, como participamos em competições internacionais, não podemos levar um logo da FIPAV.”
Oferta de pisos sintéticos
Rodrigues aproveita para lembrar que a Federação de Voleibol já tinha recebido anteriormente um piso sintético, que foi colocado na Escola de Iniciação do Voleibol de Santo Antão e, mais recentemente, um segundo piso, resultante de um apoio da Federação Internacional de Voleibol para a Escola Secundaria Jorge Barbosa. Sobre este último, diz, foram surpreendidos com uma factura de valor superior aos 80 mil escudos da Enapor por conta do armazenamento, dinheiro que a FCV não dispõe.
Trata-se de um piso com dois toneladas, mas Rodrigues alega que não terá fim lucrativo, tendo em conta que vai ser colocado no Pavilhão da ES Jorge Barbosa e vai beneficiar apenas os alunos e os praticantes do vôlei. Por isso, espera que sejam isentos da taxa por conta das limitações financeiras que a federação enfrenta. “Somos uma das modalidades desportivas que mais sofreu com a pandemia da Covid porque o voleibol é praticado apenas nos pavilhões e nas praias e ambos foram fechados. “