O atleta Andy Rocha, interior esquerdo da equipa do SC Farense, concretizou ontem um sonho que vinha alimentando nos últimos três anos: destronar o Atlético do pódio do andebol de S. Vicente e erguer a taça de campeão regional. Na quinta partida dos play-off, a sua última oportunidade, Prete, como é também conhecido, foi um furacão em campo, uma artilharia apontada para a baliza adversária: marcou nada menos que onze dos 33 golos concretizados pelo Farense, contra 29 do Atlético.
“Tenho sonhado com este momento todos os dias. Acreditei até ao fim, eu e os meus colegas demos o nosso melhor. Disputamos cada lance como se fosse o último”, comentou o jovem ainda emocionado pela conquista do título.
O treinador Helton “Fet” Santos confirma que os jogadores do SC Farense assumiram como objectivo acabar com a hegemonia do Atlético e conquistar o título regional em três anos. “A meta é conquistar o título regional e o nacional em três anos. Já fizemos a primeira metade, agora falta a segunda”, contabiliza Fet, para quem tanto o Atlético quanto o Farense são sérios candidatos ao título nacional. Para o técnico, a prestação dos jogadores roçou ontem a perfeição da estratégia montada durante a semana para esse jogo decisivo. Assume que houve falhas normais, mas, diz, a equipa técnica agiu para manter o foco dos jogadores.
O técnico Aquilino Fortes, treinador do Atlético, assume ter ficado um pouco frustrado por perder o título regional. No entanto, admite que o Farense foi um justo vencedor. Segundo Aquilino, o erro do Atlético foi ter perdido as duas primeiras partidas da fase final do play-off. O Atlético conseguiu empatar a disputa, mas, diz, ontem a equipa falhou bastante na finalização e no sector defensivo. “Estivemos muito nervosos. Cometemos muitos erros e pagamos caro por isso.”
A partida começou numa toada intensa, com o Atlético a inaugurar o marcador por duas vezes consecutivas. Mas o Farense mostrou logo que não estava disposto a deixar a equipa adversária ganhar distância no marcador. E Prete personificou essa atitude com os remates potentes e certeiros, apesar da marcação directa de Dibanda. O Farense foi para o intervalo a vencer por 17 x 14.
No segundo tempo, o Farense conseguiu aumentar a vantagem para cinco golos, colocando o Atlético cada vez mais encostado à corda. Para piorar a situação do Atlético, o central Dibanda foi sancionado com a cartolina vermelha directa na sequência de uma falta.
A partir desse instante, Edinho tentou assumir a responsabilidade do jogo dos atléticos. “Senti que ainda podíamos ganhar e tentei catapultar o ataque da nossa equipa, com o apoio dos meus colegas. Tentamos, mas pesou a canseira de um jogo rápido, cheio de vigor”, admite o central do Atlético, que acabou também por ver a cartolina vermelha directa. Para ele foi o fim do jogo.
O Atlético ainda tentou encaixar as peças em campo, mas não conseguiu encontrar o “norte”. Por seu lado, o Farense geria o resultado e a menos de dois minutos os adeptos começavam a entoar a canção “Campeones” nas bancadas. Quando o placar marcava 33 – 29 a favor do Farense, soou o apito final e a explosão de alegria dos novos campeões.
As equipas do Atlético e do Farense dignificaram o campeonato regional de andebol masculino, na perspectiva de Luís Fortes, presidente da ARASV. Para o dirigente, qualquer uma delas poderia ser campeã regional pelo nível do espectáculo proporcionado ao longo do campeonato. Aliás, Fortes mostra-se “altamente confiante” na prestação do Atlético e do Farense no campeonato nacional. Do mesmo modo, aposta todas as suas fichas nas equipas femininas do Atlético e do Amarante nessa competição.