O nadador português Fábio Samouco revalidou o título da travessia Volta a Djêu com o tempo de 1 hora e 29 minutos, menos um minuto que na edição anterior, o que constitui um recorde pessoal e da própria prova. Apesar deste feito, Samoco afirma que a disputa foi este ano mais dura devido a correnteza. “Foi menos um minuto, mas mais complicado. Numa travessia em mar aberto há sempre uma incógnita sobre o comportamento do mar. isto faz parte e temos de saber ultrapassar as dificuldades”, frisou o competidor.
Para “driblar” a correnteza, Fábio Samouco optou por se aproximar das pedras da Cabnave assim que atravessou o canal entre Djêu e ponta de Jôn Ribeiro, o que facilitou a sua trajetória. Atravessou a linha de chegada e só vinte minutos depois chegou o segundo colocado, o nadador Stiven Lima, concorrente da ilha da Boa Vista. Para ele, no entanto, este aspecto é apenas um detalhe. Considera que só fazer essa travessia constitui um mérito para todos os participantes e o que importante é saber divertir. Questionado se vai competir no circuito nacional, que arranca no próximo ano, Fábio Samoco mostra-se disponível desde que houver condições.
No capítulo feminino, o título foi conquistado pela atleta portuguesa Filipa Pinto, com o tempo de duas horas. A competir pela primeira vez, ficou satisfeita com a sua prestação e capacidade de resiliência. Revela que na ida afastou-se muito do grupo levada pela corrente, mas que foi orientada pelo remador de um caiaque de apoio para corrigir a trajectória. No regresso à terra voltou a enfrentar a força da corrente, mas diz ter sentido aquela vibração de estar a nadar para a meta. Filipa começou a sua preparação na praia da Lajinha em maio, nadando em média 2 quilómetros em cada sessão de treino, e viu o resultado hoje na 10 edição de “Volta a Djêu”.
Na prova dos veteranos, o salense Carlos Soares, 56 anos, foi mais rápido. Percorreu os 1.800 metros do trajeto Lajinha – Farol da Cabnave, ida e volta, em cerca de 51 minutos, tempo que o deixou satisfeito. “Há anos que ouvia falar de Volta a Djêu e tinha o sonho de vir competir. Este ano marquei as minhas férias para este período e vim, mas preferi inscrever-me nos veteranos porque o percurso até Djêu é muito exigente”, confessou Carlos Soares, que costuma treinar na zona de Ponta Preta e competir na ilha do Sal.
Nilza Ramalho foi mais uma vez a única mulher inscrita na prova dos veteranos. Lamentou a ausência das mulheres, mas elogiou a sua prestação, com um tempo muito menor do que na edição anterior. “Fiz a minha preparação normal, mas senti algumas dificuldades na perna direita. Fiz o percurso nadando apenas com a perna esquerda, o que me deixa mais orgulhosa”, comenta esta atleta de 55 anos.
A 10 edição de “Volta a Djêu” envolveu 22 nadadores adultos divididos em 4 categorias, e ainda crianças. Segundo Jandir Pina, prsidente da organização, a travessia encerrou um ciclo, que merece um bolo de comemoração. A partir do próximo ano, diz, começa o circuito nacional, com provas similares realizadas em Santiago, Boa Vista, Maio. A grande final será disputada na ilha de S. Vicente no mês de agosto, com o percurso Lajinha – Djêu – Lajinha, num percurso de 5,2 quilómetros em mar aberto.
O pódio masculino foi liderado por Fábio Samouco, seguido dos irmãos Stiven Lima e Ailton Lima, da ilha da Boa Vista. Em femininos, Filipa Pinto ficou em primeiro lugar, Érica Soares, em segundo, e Jéssica Silva na terceira posição. O evento foi acompanhado por centenas de pessoas, que aplaudiram e incentivaram todos os nadadores, numa manhã ensolarada, típica do ambiente do verão.