Pub.
Desporto

Dezenas de jovens analisam o papel da mulher no desporto, a partir do basquetebol

Pub.

Cerca de 40 jovens atletas reuniram-se esta manhã no Centro de Estágio da FCF para uma conversa aberta sobre o papel da mulher no desporto, tendo como ponto de partida o caso do basquetebol. Na sua maioria são jovens de escolas de iniciação que se mostraram interessadas em conhecer a experiência de duas ex-jogadoras da selecção portuguesa da modalidade e que vieram à cidade do Mindelo no âmbito do projecto Volunturismo São Vicente. Trata-se de um conceito que associa o voluntariado ao turismo sustentável e que motivou a participação nesse projecto da plataforma Djunta Mon e da própria Direcção-Geral dos Desportos.

Para a treinadora Tânia Rodrigues, a mulher ainda é um elemento pouco visível no desporto, logo pouco valorizada. “A mulher ainda está muito escondida no mundo do desporto. Elas acham que não são capazes de ir tão longe como os homens. Mas a verdade é que não somos mais nem menos que os homens. Viemos por isso passar esta mensagem, dizer-lhes que podemos chegar onde quisermos desde que haja o devido esforço”, frisa essa basquetebolista, que quer usar a sua experiência nas quadras para incentivar as jovens a atingir os seus objectivos no desporto.

Publicidade

Ciente do estágio do basquetebol feminino na cidade do Mindelo, Tânia Rodrigues gostaria de debater com as treinadoras e jogadoras a melhor forma de estimular a criação de equipas e clubes. É que, por aquilo que ficou a saber, o desporto não é ainda uma prioridade para a maioria das mulheres. “Sei que a modalidade está a passar por dificuldades, que não é fácil motivar e angariar atletas. Há sempre uma outra prioridade. Mas isso para mim é um desafio ainda mais estimulante, podemos deixar a semente para fazermos algo maior no futuro”, entende a nossa entrevistada, que recebeu várias sugestões das professoras e treinadoras de basquetebol mindelenses sobre o que pode ser feito em S. Vicente.

Este projecto, na perspectiva de Alveno Soares, mentor e dinamizador da plataforma Djunta Mon, entidade parceira do projecto Volunturismo São Vicente, pode ajudar no processo de recuperação do basquetebol feminino na ilha do Porto Grande. O plano, diz, é levar as jovens a acreditarem nas suas potencialidades e verem o desporto como uma ferramenta que melhora a qualidade de vida dos praticantes. “Se olharmos para o futebol podemos ficar com a sensação de que há poucas mulheres no desporto. Mas, se formos para os jogos de salão, o quadro muda de figura”, realça esse guia turístico, que ajudou na implementação desse projecto por acreditar nesse novo paradigma, que associa o voluntariado ao turismo.  

Publicidade

Segundo Soares, o projecto nasceu fora da sua plataforma e ganhou consistência com a vinda das duas basquetebolistas portuguesas à cidade do Mindelo. Decidiram montar uma actividade para permitir a partilha de conhecimentos com a comunidade desportiva feminina, com o objectivo de motivar as jovens a apostar no desporto. “Quisemos mostrar que o desporto não acontece só no masculino, não é só para a elite e só para os superdotados. O desporto é para quem gosta e tem vontade de praticar”, salienta Soares, que se mostra satisfeito com a presença das 40 jovens mulheres nesse encontro.

Conforme o programa, vão poder trocar ideias inspiradoras e motivadoras e participar numa sessão prática. O evento decorre ao longo do dia de hoje entre o centro de estágio da FCF e o centro Nhô Djunga.

Publicidade

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Um Comentário

  1. Oi Alveno Soares!
    O que nao se entende é porque é que, tratando-se de um assunto de S.Vicente, resolve ser dinamizador duma plataforma a que denomina de “DJUNTA mon” (no crioulo de Santiago), quando pode ser dinamizador duma plataforma ” JUNTÁ mon”, no crioulo de S.Vicente (juntá, em vez de djunta).
    Será um problema de complexo linguístico??
    Se for isso, compreenderei pois as consequencias do centralismo sao transversais, atacando e deteriorando até a parte psicológica e a auto-estima das pessoas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo