A corrida massiva realizada esta manhã na cidade do Mindelo teve fraca participação dos alunos das escolas secundárias, mesmo assim a Associação de Atletismo de S. Vicente ficou satisfeita com a prova. Segundo Arlindo Fonseca, cada um dos cinco estabelecimentos de ensino deveria enviar pelo menos 15 alunos para a competição, mas nada disso aconteceu, talvez, diz, devido a uma falha na comunicação. Fonseca garante que endereçou o convite, mas admite que a presença dos jovens na corrida ficou aquém do esperado.
Mesmo assim a competição foi realizada nos escalões júnior, sénior e veterano. “Fazemos um balanço positivo, apesar dessa falha”, diz o organizador, que ficou também satisfeito com o tempo alcançado na corrida de 5 quilómetros pelos competidores desses três níveis.
No escalão sénior, Artur Silva, 22 anos, foi o mais rápido a cumprir a trajetória – Monte Sossego, Ribeirinha, centro da cidade, Monte Sossego – com o tempo de 12 minutos e 46 segundos. “Uma corrida nunca é fácil, mas esta foi tranquila porque estava muito bem preparado”, confessa o atleta, que ficou a uma distância confortável do segundo classificado. Um feito conseguido graças a sua dedicação intensiva aos treinos, que já lhe valeu a conquista de títulos em S. Vicente e a nível nacional.
Quem também ficou satisfeita com a sua performance é a veterana Rosa, 45 anos, que venceu a prova na sua categoria e ainda ficou em terceiro lugar na prova feminina do escalão sénior. “Esta vitória é importante e simbólica por calhar no dia do desporto nacional. Foi uma corrida fácil porque sinto-me bem preparada”, assegura a corredora veterana, que fechou o circuito em 18 minutos e 36 segundos. Ela que, no entanto, viu a consagrada atleta Crisolita vencer a disputa em sénior feminino.
Neste dia tão peculiar, as autoridades políticas e desportivas presentes em S. Vicente fizeram questão de se associar à corrida, como foram os casos do ministro Elísio Freire, o Director-Geral dos Desportos, o Vereador do Desporto da CMSV e o atleta Nani, que fizeram uma caminhada forçada pela cidade do Mindelo. Assim que chegou à meta Freire confessou a sua satisfação em fazer parte do evento e enalteceu o papel do desporto na promoção da saúde e formação de cidadãos. Logo à noite o ministro vai estar na Gala do Desporto Nacional e a sua expectativa é que será uma festa da cultura e do desporto de S. Vicente e de Cabo Verde.
KzB
Eu prefiro falar em duas falhas mas que, não são “falhas de comunicação” mas sim “FALHAS DE ATITUDE”:
A primeira, é a falha dos estabelecimentos de ensino secundário que não estão habituados a responder construtivamente às solicitações desse género.
Só reagem com eficiência se com isso, vão conseguiir obter algum protagonismo.
E esta é uma atitude de gente de visão curta, que não vê que ao dispensar 15 alunos das suas aulas, estarão a contribuir para o bom desempenho, para a boa imagem de S.Vicente e para a motivação dos atletas da ilha?
A segunda, é a falha da organização (ou de dedicação séria).
A Assossiação de Atletismo, tal como as outras assossiações em S.Vicente (futebol, ciclismo, surf, entre outras), parece que procuram trabalhar com muita vontade de servir mesmo com parcos recursos e enfrentando outros obstáculos mais subtís, mas ao mesmo tempo, fica-nos sempre a ideia de que trabalham com pouca ambição, com pouca inspiração, sem trabalhar uma visão, uma estratégia (hoje, qualquer coisinha que se faz, já é pomposamente anunciada como “UMA ESTRATÉGIA”), enfim, revelando sempre um amadorismo e uma displicência exagerados para o momento em que vivemos, ficando a parecer que ficam muito orgulhosos com muito pouco.
(E neste aspecto é importante mencionar as excepções que são as Assossiacões de Ténis e de Xadrez de S.Vicente que vêm fazendo um óptimo trabalho).
E esta contextualização vem à baila porque me parece insuficiente e desculpa de mau pagador, vir o presidente da Assossiação de Atletismo dizer que enviaram uma nota (convite) aos estabelecimentos de ensino.
Enviaram uma nota sim, mas pergunto:
– Procuraram obter a confirmação da recepção da nota?
– Insistiram na obtenção duma resposta?
– Ou enviaram a nota e simplesmente acharam que já tinham feito a sua parte e lavaram as mãos?
Só que esse lavar das mãos não é para com a nota mas sim, para com a corrida, para com S.Vicente.
E quando se fala em “deficiente comunicação”, está-se a preparar o terreno para continuar a cometer os mesmos erros no futuro.
Erros esses que já vêm sendo cometidos repetidamente há muito tempo.
Sábado a tarde seria uma solução, os alunos não tem aulas, convites para ginásio. Convidar para Caminhada, A palavra correr ainda afasta as pessoas