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CAN’2023: Cabo Verde cai de pé nas grandes penalidades 

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Cabo Verde perdeu hoje a chance de fazer história e chegar pela primeira vez às meias-finais do Campeonato Africano das Nações (CAN’2023) ao falhar quatro das cinco grandes penalidades. Destes, três foram direccionados para o lado esquerdo e um para o lado direito, todos defendidos pelo guarda-redes da África do Sul. Foi dramático, mas os Tubarões Azuis caíram de pé e elevaram o nome de Cabo Verde. Hoje faltou um bocadinho de sorte. Os tubarões do Atlântico mereciam mais, muito mais.

Foram 120 minutos de nervosismo e sofrimento para os adeptos nas bancadas do Estádio Charles Konan Banny, em Yamoussoukro, um pouco por todo o mundo, mas também para os jogadores que deram o seu máximo em campo. Mostraram futebol de qualidade, organizado e muito tático, que encheu todos de orgulho, mas hoje nada resultava. Cabo Verde falhou oportunidades, uma delas soberana, durante o tempo regulamentar e no prolongamento. Parecia que seria uma questão de tempo para o guarda-redes Ronwen Williams ir buscar a bola nas redes. Mas o tempo passava e o que se viam eram defesas surpreendentes.

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Teimosamente o placar mantinha o zero a zero. Talvez por ser um jogo a eliminar, nenhuma das duas equipas se arriscava, salvo por algumas jogadas individuais, que pouca mossa faziam aos guarda-redes. A melhor oportunidade para Cabo Verde saiu dos pés do Gilson Benchimol aos 90mn+1, para uma grande defesa de Williams. Um disparo defendida com a ponta da luva pelo guarda-redes sul-africano, com a bola a bater no ferro, para desespero do atacante. Benchimol, que foi a “arma secreta” de Cabo Verde nos jogos anteriores, hoje não teve eficácia noutras oportunidades, apesar da sua determinação em abrir o placard.

O jogo foi para o prolongamento sem golos, com muita emoção e grandes defesas de parte a parte. A partida teve de ser então decidida a partir da marca das grande penalidade. E,  na lotaria dos disparos directos, faltou serenidade aos atletas cabo-verdianos.

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Infelizmente para Cabo Verde, Williams adivinhou o lado escolhido por Bebé, Willy Semedo e Laros Duarte. O único a marcar foi Bryan Teixeira. Mas os cabo-verdianos ainda mantinham um fio de esperança, sobretudo depois de um jogador da Africa do Sul mandar um penalti para as nuvens e Vozinha fazer uma grande defesa. Só que Cabo Verde voltou a falhar o quarto penalti.

A Africa do Sul concretizou dois disparos e foram suficientes. Segue para as meias finais. Foi um balde de água fria nas aspirações de uma nação, que sonhou e acreditou ser possível. Infelizmente do outro lado estava uma África do Sul que já venceu um CAN e estudou a estratégia dos “Tubarões Azuis”. E quando partia em contra-taque, era com jogadas muito rápidas e perigosas. 

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Vozinha teve de mostrar serviço para manter a baliza nacional inviolada. O guarda-redes mostrou toda a sua classe em duas defesas consecutivas, que levavam o selo do golo. Por tudo isso, a eliminação foi difícil de aceitar pelos jogadores porque faltou pouco, muito pouco.

Cabo Verde caiu de pé. Agora é continuar a trabalhar, até porque está a disputar as eliminatórias para o mundial de futebol. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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