Caído o pano sobre a Gincana da Capoeira na Cidade do Mindelo, a ilha da Boa Vista será o palco no dia 29 de junho deste evento promovido pela Associação Abadá, com a participação de 50 crianças dos 3 aos 13 anos. Segundo o instrutor Dumbo, à semelhança do sucedido em S. Vicente, os capoeiristas mirins serão divididos em dois grupos etários e submetidos a desafios, à base de jogos lúdicos, para mostrarem as suas destrezas mentais e físicas perante um júri composto por instrutores e graduados.
“Os alunos serão avaliados com base na destreza em resolver os desafios, no aspecto mental e na execução dos movimentos da Capoeira. Podem ser perguntados sobre os nomes dos instrumentos, o nosso sistema de graduação…”, especifica o graduado Anderson da Cruz, mais conhecido por Dumbo. Acrescenta que os alunos vão competir a solo e em dupla, mas os pontos serão contabilizados de forma individual para a passagem às fases e definição dos vencedores.
Antes deste momento central da gincana haverá uma “aulão” numa das ruas da Cidade de Sal-Rei para divulgação do evento, que vai acontecer no sábado de manhã e à tarde.
“A associação Abadá está presente na Boa Vista desde 2007, quando vim de S. Vicente com esta missão. Somos até agora o único grupo de Capoeira na ilha, mas não foi fácil superar os desafios que enfrentamos no início”, revela Dumbo. Conta que, quando chegou, teve que dividir a sua dedicação ao trabalho em obras e no ensino dessa arte afro-brasileira, dando aulas à noite num espaço aberto, onde eram sistematicamente perturbados por outras pessoas. “Fomos persistindo até conseguirmos um espaço melhor e passarmos a trabalhar com os jardins infantis de Sal-Rei”, prossegue o instrutor.
Hoje, diz, a associação tem 120 alunos do escalão infantis, 15 adultos, está presente nos povoados da Boa Vista e ele dedica-se inteiramente ao ensino da Capoeira. Além das aulas, a Abadá desenvolve trabalhos sociais com crianças de alguns bairros, incluindo o da Boa Esperança.
