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Atletas ameaçam recusar jogar por CV no mundial de andebol: FCA pede ponderação

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O presidente da FCA foi apanhado de surpresa com uma entrevista que o atleta Leando Semedo concedeu ao canal criolosports.com e na qual afirma que ele e outros colegas que conseguiram o apuramento para o Mundial Egipto-2021 estão a pensar recusar participar nessa prova. Isto porque, diz o capitão dos tubarões-azuis, estão indignados com a falta de reconhecimento das autoridades cabo-verdianas do mérito alcançado, quando a selecção de futebol foi premiada com a conquista do passaporte para o CAN pelo governo anterior. “Se apurar para um CAN dá direito a prémios porque não para um Mundial?”, questiona o ex-jogador do FC Porto, enfatizando que, se continuarem a aceitar “pouco”, as coisas nunca vão mudar.

Para Nelson Martins, é legítimo os atletas virem exigir o reconhecimento do Estado pelo feito, mas pede-lhes ponderação quando ameaçam recusar jogar pela selecção na maior montra do andebol a nível planetário, por causa desse conflito. “Devem ponderar porque não é por causa dessa questão,que vão deixar passar a oportunidade ímpar de competirem no campeonato Mundial, a maior montra da modalidade. Todos os jogadores sonham com essa possibilidade porque representa o ponto máximo das suas carreiras”, lembra o presidente da Federação Cabo-verdiana de Andebol. Martins enfatiza que nem todos os andebolistas que estiveram no apuramento vão ser convocados para a prova, mas acha que os agraciados devem analisar isso, até porque, salienta, haverá sempre uma selecção.

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“A selecção pode até ficar fragilizada, mas teremos que estar nessa prova”, pontua Nelson Martins, que foi pego de surpresa com a declaração de Leandro Semedo. Para ele, o mais cordial seria o capitão conversar com ele enquanto presidente da FCA e amigo antes de fazer essa denúncia. “Isto demonstra que houve um desalinhamento entre a equipa e a federação”, admite Martins, que pretende abordar essa questão com Semedo.

Esta situação, segundo Nelson Martins, surge quando a FCA concluiu o processo de transferência bancária das ajudas de custos acordadas com os jogadores. Conforme essa fonte, a federação concordou pagar 150 euros aos atletas, mas acabou por aumentar esse valor para 200 euros, que já foram enviados para as contas dos jogadores. Para ele, esse é um montante simbólico, mas que foi acordado devido as dificuldades financeiras da FCA. 

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Quanto aos preparativos para o “Egipto-2021”, Nelson Martins revela que estão programados dois estágios em Portugal nos meses de Novembro e Dezembro deste ano e um jogo-treino com a selecção lusa, que também alcançou o apuramento. Até o momento, acrescenta, a equipa técnica, liderada pela dupla José Tomás e Rui Ferreira, não fez a pré-convocatória, mas adianta que esse assunto foi discutido na quinta-feira passada pelo que os nomes serão revelados em breve. 

Para Martins, a entrevista de Leandro Semedo não pode influenciar o trabalho do seleccionador. Este, diz, terá que indicar os nomes dos atletas e caberá aos visados dizerem se estão ou não disponíveis. Entretanto, o sorteio para o Mundial está agendado para 5 de Setembro no Egipto.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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