Os preparativos finais para o Circuito Mundial de Beach-voleyball, competição oficial da FIVB que vai acontecer na praia da Lajinha de 11 a 14 de dezembro, foram discutidos e assegurados na passada sexta-feira durante um encontro entre o organizador Amílcar “Micau” Graça, o Ministério do Mar, o IMP e a Enapor, instituições ligadas ao espaço marítimo. A reunião, conforme Micau, visou apresentar o projecto ao Ministério do Mar, à semelhança do ocorrido anteriormente com a tutela do Desporto, e fechar a planificação da prova, que acontece pela primeira vez em Cabo Verde.
“Foi um encontro alargado fulcral para o acolhimento desta competição, que vai trazer atletas de todas as partes do mundo. Este torneio vai permitir às equipas ganhar pontos para, além de galgarem para categorias superiores ao Future – como Challenger e Elite – visarem a qualificação para o Campeonato do Mundo, que acontece de 4 em 4 anos, e para os próximos Jogos Olímpicos”, enuncia Micau Graça.
As inscrições foram abertas na semana passada e logo no dia seguinte já estavam garantidas 8 duplas. A actualização indica que, até hoje, dia 5 de outubro, a prova já conta com 21 equipas, sendo 12 masculinas e 9 femininas.
A nível feminino, Cabo Verde já inscreveu as irmãs Ludmila e Janice Varela, que fazem parte do ranking mundial da modalidade. Aguarda-se agora o término do campeonato nacional de voleibol de praia, agendado para final de outubro em Porto Novo, para a inscrição de mais duplas, sendo certo que os países podem garantir mais do que uma equipa por escalão. A República Tcheca, aliás, já tem 3 duplas masculinas e 2 femininas inscritas.

“Cabe às federações de cada país fazerem a inscrição dos seus representantes. Não compete ao jogador esta decisão”, salienta Micau Graça. Esclarece, no entanto, que os 16 melhores classificados dos escalões masculino e feminino é que terão direito a pontuações e ao prize money.
Um video promocional do evento foi colocado online, assim como uma animação gráfica, que mostra a estruturação da praia, com áreas para os campos, bancadas e serviços de apoio. Antecipando eventuais críticas sobre as despesas associadas ao evento, Micau Graça deixa claro que os custos com passagem, estadia e alimentação são assegurados pelas equipas, cabendo a Cabo Verde os encargos com a preparação dos espaços, animação e a equipa técnica.
“Ficou assente no encontro com o Ministério do Mar que vamos arrancar as actividades com uma semana de antecedência, para atrair o público e criar uma ligação do público com este evento. Estamos a falar de uma prova extremamente importante para a divulgação da imagem de Cabo Verde e que vai também possibilitar a realização de workshops para formação de árbitros internacionais e juízes de mesa”, ilustra Micau, lembrando que haverá transmissão internacional dos jogos, que irão decorrer nos períodos da manhã e a tarde durante 4 dias.

Além da experiência e do conhecimento associados ao circuito, Cabo Verde vai herdar as estruturas físicas dos 4 campos de nível internacional que serão montados, sendo 3 para jogos e um para aquecimento. Segundo Micau, os materiais ficarão no país e serão usados na preparação da seleção nacional e em provas internacionais.
A realização deste circuito, diz Micau, é a concretização de um sonho, que agora foi possível graças a intervenção do dirigente António Rodrigues, enquanto presidente da Federação Cabo-verdiana de Voleibol e que desempenha ainda a função de vice-Presidente da Confederação Africana de Voleibol. Para Micau, o torneio vai mostrar ao público cabo-verdiano o que acontece nas provas mundiais e olímpicas em todos os aspectos. Logo, diz, será uma experiência única, principalmente para os amantes da modalidade. Frisa, por outro lado, que a prova vai incrementar a economia local por esses dias com o alojamento, alimentação, transporte e outros serviços que os jogadores possam precisar.