O clube desportivo Asas do Norte está à procura de uma sede para melhorar o seu nível organizativo e concretizar o plano de estimular os seus jogadores a conciliarem o futebol com o aproveitamento escolar. Segundo Ary Lopes, a sua meta enquanto presidente da direção é levar os adolescentes e jovens dos escalões de formação a se empenharem nos estudos e começarem a construir o seu futuro profissional.
“O futebol não é para sempre. E queremos que se lembrem disso”, salienta este treinador, que tem estado a acompanhar o desempenho escolar dos seus pupilos com a ajuda dos pais. Nos casos em que os alunos tm baixado as notas, a equipa técnica tenta leva-los a dar prioridade aos estudos. “Continuam a treinar, mas sabem que devem dar mais atenção à escola.”
O clube trabalha neste momento com 80 adolescentes e jovens dos escalões sub15 e sub-17, acompanhados por 8 técnicos, e projecta criar as categorias sub-13 e sub-19 ainda este ano. Metas que vão aumentar os desafios da direcão, que precisa criar as condições de funcionamento de toda essa estrutura. Por isso, Ary Lopes está a tentar encontrar um espaço onde instalar a sede de Asas do Norte. Conseguindo isso, diz, muita coisa vai melhorar.
O clube tem contado com apoio de amigos e de algumas empresas para suportar os custos com transporte e alimentação dos futebolistas no dia dos jogos. Além disso já conseguiu um equipamento de treino para a equipa sub-17. Ary Lopes agradece esses gestos, mas afirma que é preciso mais porque não é fácil manter tantas crianças a praticar o desporto, ainda mais provenientes de famílias pobres. “Temos estado a treinar no campo de Chã de Alecrim, que não apresenta as melhores condições e precisamos de muitos materiais”, elenca o dirigente. Ary Lopes lembra que tem havido muitas campanhas contra o uso do álcool, mas, para ele, parte do dinheiro deveria ser canalizado para organizações desportivas que lidam directamente com adolescentes e jovens. O impacto contra esse flagelo, diz, seria mais forte. A meta desportiva de Asas do Norte para a presente época parece ser modesta, pelo facto de a direção estar mais concentrada no aspecto organizativo do clube, que, segundo Ary Lopes, esteve prestes a desaparecer. Para ele, a prioridade de momento é voltar a fortalecer as bases dessa organização desportiva criada em Chã d’Alecrim e que já deu muito ao futebol de S. Vicente.