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Terceira edição da oficina de percussão do Cruzeiros do Norte com recorde de 140 inscritos

O grupo Cruzeiros do Norte faz este sábado a abertura da terceira edição da oficina de percussão da bateria Ritmo do Norte com o recorde de 140 inscritos. Novos alunos que, segundo o maestro Nuno Gonçalves, vão iniciar o aprendizado das técnicas da batucada para engrossarem a fileira dos ritmistas desse grémio carvalesco, composto neste momento por 90 elementos.

“Já trabalhei em escolas de percussão no Mindel Samba e Flores do Mindelo e não me lembro de ter havido tanta adesão como a que tivemos este ano no Cruzeiros do Norte”, comenta mestre Nuno, acentuando que o elemento mais novo dos novos inscritos tem seis e o mais velho 43 anos de idade. E sublinha que as mulheres são maioria.

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O instrumento mais solicitado é o repinique, seguido de tamborim, caixa e surdo. O agogô e chocalho tiveram apenas dois inscritos cada, mas, para Nuno Gonçalves, é sinal que precisam mudar a mentalidade das pessoas em relação a estes instrumentos. “Estes instrumentos têm a mesma dignidade que os outros na bateria”, afirma.

A terceira edição da oficina será aberta com a actuação da batucada do Cruzeiros do Norte, que, relembra Nuno Gonçalves, obteve nota 30 no desfile deste ano, juntamente com a sua congénere do grupo de Monte Sossego. Os tocadores vão acompanhar Edson Oliveira e banda do CN na interpretação da música Três cosa sab, o hino do grupo no desfile de 2023. A actuação será abrilhantada com a performance do casal Mestre sala-Porta bandeira, rainha da Bateria, passistas e musas e o próprio mestre Nuno Gonçalves irá proferir uma palestra. Serão ainda exibidos vídeos com depoimentos de vários aprendizes, alguns dos quais fizeram este ano a sua estreia num desfile carnavalesco.

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As aulas começam logo no domingo, dia 14, subdividas em 3 turmas, com início a partir das 17 horas e 30 minutos. São dois dias de aula, três vezes ao dia. Devido ao aumento da sua fileira de tocadores, o Cruzeiros do Norte vai construir novos instrumentos, até porque o grupo poderá sair em 2024 com 120 ritmistas, mais 30 que o desfile deste ano. O objectivo é melhorar a qualidade da batucada, mas para isso Nuno Gonçalves conta com a entrega dos aprendizes e do pessoal mais experiente. Tanto assim que o grupo que saiu no desfile deste ano vai continuar as aulas a partir de domingo.

“Precisamos continuar activos para o caso de sermos convidados para algum evento e as pessoas devem estar cientes de que as coisas mudaram. Hoje cada grupo quer ter a sua própria bateria, as exigências aumentaram, as técnicas e os ritmos evoluíram…, quem não treinar pode ficar para trás”, alerta o maestro, que endereça essa mensagem em particular às pessoas que só querem tocar durante a época do Carnaval.

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O projecto de ensino da batucada começou em fevereiro de 2021, em plena pandemia da Covid-19. Hoje vai na sua terceira edição e Nuno Gonçalves faz questão de sublinhar que as aulas são gratuitas. Uma chamada de atenção porque, segundo conta, uma mãe foi ludibriada por um indivíduo que lhe cobrou dinheiro para a inscrição dos dois filhos na bateria Ritmo do Norte. O maestro deixa claro que a inscrição é feita apenas no Ciber Andrade e não é exigida a entrega de fotocópia do Bilhete de Identidade.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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