Pub.
Pub.
CarnavalCultura
Tendência

Tau Rodrigues retrocede e cancela desfile dos mandingas em S. Pedro: “Iniciativa era um protesto ao comportamento abusivo e agressivo de certos jovens”, argumenta

O presidente dos Mandingas d’Rbera Bote anunciou a realização do desfile do próximo domingo na localidade de S. Pedro, mas, em conversa com o Mindelinsite, Nilton Rodrigues assegurou que o plano foi cancelado, pelo que o assalto carnavalesco vai continuar a ser na cidade do Mindelo. Segundo Tau, como é conhecido, a sua iniciativa foi uma forma de protesto contra o comportamento abusivo e agressivo de jovens que aproveitam o desfile para cometerem actos de puro vandalismo e que sujam a imagem do grupo. “Todos os anos é a mesma coisa e toda a responsabilidade é depois assacada aos mandingas”, protesta.

Pedido para ilustrar os comportamentos negativos a que faz referência, revela que há jovens que sobem e pulam em cima de carros estacionados, entoam cânticos com nomes obscenos, provocam distúrbios no seio dos foliões. Além disso, critica a atitude de ciclistas e motociclistas que andam a aproveitar o evento para fazerem exibições perigosas, colocando em causa a segurança de quem participa e assiste.

Publicidade

“Isto não é festejar, mas sim vandalismo”, reforça esse responsável do grupo de animação, que traz à baila o acidente com o poste de iluminação ocorrido no domingo passado nas proximidades da rua da Escola Técnica do Mindelo, que caiu e atingiu um jovem. “Esse acidente foi provocado por jovens que resolveram subir no poste. Felizmente que não caiu pelo lado da avenida. Se fosse assim, iria atingir várias pessoas”, relata.

Tau revela que a proposta do desfile em S. Pedro foi contestada por membros do grupo e por várias vendedeiras d’baloi, que ansiam pelos desfiles para venderem os seus produtos. Após ponderar sobre tudo isso concordou que será melhor manter o assalto carnavalesco na cidade. No entanto, tenciona realizar uma reunião com os membros do grupo para analisarem as situações registadas, que, diz, colocam em causa a segurança dos festeiros e mancham a imagem dos mandingas.

Publicidade

Este ano, prossegue a citada fonte, os “guerreiros d’Rebera Bote” ainda não receberam nenhum apoio financeiro tanto da Câmara de S. Vicente quanto do Ministério da Cultura, situação que o preocupa. “Sinto-me triste porque o ministro da Cultura já fez encontros com grupos de S. Vicente, Santiago, S. Nicolau e Sal e fomos ignorados”, comenta.

Tau Rodrigues explica que, quando Abraão Vicente era ministro, o grupo costumava receber 400 contos ainda no mês de janeiro para ajudar a suportar as despesas com a alimentação, aquisição do pó preto que aplicam na pele e a manutenção dos instrumentos de percussão. No entanto, até hoje, dia 11 de fevereiro, o grupo não recebeu nenhum incentivo do Estado, o que diz estranhar.

Publicidade

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo