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Segurança dos Mandingas da R. Bote atingido com faca: Grupo faz desfile de protesto contra violência

Os Mandingas da Ribeira Bote vão fazer este domingo um desfile de protesto restrito à chamada “zona libertada”, munidos de cartazes com mensagens contra a violência. O motivo prende-se com agressões ocorridas no assalto da semana passada e que atingiram uma proporção preocupante, segundo Tau Rodrigues, presidente do grupo. O segurança Ron Lebrox foi atingido com uma facada na costa, mas sem muita gravidade no último domingo.

Em conversa com Mindelinsite, o responsável dos mandingas da Ribeira Bote revela que um segurança do grupo foi ferido com uma facada na costa na zona de Vila Nova e outros elementos trajados relataram casos de agressão com sapatos e garrafas de água. “Vamos fazer este protesto para ver se o pessoal para com a violência. Infelizmente continuamos com pessoas muito agressivas na nossa sociedade. Convenhamos que quem vai para uma festa, como são os desfiles dos mandingas, e tem o cuidado de levar consigo uma faca ou outra arma, não foi com boas intenções”, comenta Tau Rodrigues.

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O mandinga Ron Lebrox, vítima da facada, conta que o suposto agressor invadiu por três vezes consecutivas a área cercada pelo cordão de segurança. O indivíduo foi retirado nas três vezes, mas só que da terceira vez deixou o segurança dar-lhe as costas e desferiu-lhe um golpe com uma faca. “Sabemos quem foi porque houve pessoas que viram esse acto. Eu fiquei frustrado e irritado e quis partir para a vingança. Fui aconselhado por Tau, a minha irmã e outros amigos para evitar fazer isso porque as consequências seriam imprevisíveis”, diz Ron Lebrox, que decidiu apresentar queixa na Polícia Nacional e deixar a justiça resolver o caso.

Ron Lebrox, vítima de facada

Esta é a primeira vez que Ron é agredido num desfile dos mandingas. Para ele, a manifestação é necessária para as coisas não tomarem maior proporção. “Temos de chamar atenção das pessoas porque é inadmissível um ou dois indivíduos colocarem em causa uma manifestação cultural desta envergadura. E esta situação diz respeito a toda gente. Se vermos bem, quando há casos de violência as pessoas acabam por apontar o dedo aos mandingas, quando o grupo é inocente”, frisa o jovem, que sofreu um corte pouco profundo perto da costela.

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A facada foi o caso mais grave, mas Tau Rodrigues relata que alguns mandingas foram atacados com sapatos e garrafas de plástico. Segundo este dirigente, esta é a primeira vez que tem conhecimento de agressões direcionadas para os mandingas.

“Já chegaram a acontecer casos de violência, mas no seio da multidão. Agora são os mandingas trajados que receberam agressões com sapatos e garrafas de plástico nas costas e no rosto”, ilustra o presidente dos “guerreiros da Ribeira Bote”.

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Tau afirma que a Polícia Nacional tem feito um excelente trabalho de segurança. Admite que os policiais não podem controlar tanta gente, até porque os casos de agressão costumam acontecer entre a multidão e longe do local onde estão os agentes. Deste modo acha que a PN deveria colocar pessoal à paisana, o que melhoraria a sua capacidade de intervenção.

O desfile vai ficar restringido este domingo à zona da Ribeira Bote. Os mandingas, que pedem a colaboração de toda a gente, vão sair com batucada e trajados com as saias de sisal, mas sem a habitual pintura corporal. O grupo espera voltar ao modelo habitual na semana seguinte.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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