Rocca Vera-Cruz apresenta “Crónicas d’kel País”, uma declaração de amor e paixão incondicional por São Vicente
Foi lançado esta sexta-feira no Centro Cultural do Mindelo “Crónicas d’kel País”, o segundo livro de Rocca Vera Cruz, uma declaração de amor e de paixão incondicional deste cronista por São Vicente. A apresentação da obra esteve a cargo do jurista Belarmino Lucas, que mostrou uma faceta mais leve e brincalhão ao dar a conhecer algumas das crónicas de Rocca, caso de “Se soncent fosse uma pessoa”, “Mindelense-Sporting”, “Botequim”, entre outros.
O livro descreve um São Vicente de forma nua, crua e sem filtros em 60 crónicas, na sua maioria inéditas, ao contrário da sua primeira publicação que iniciou no facebook, ganhou o palco na peça “Crónicas d’ Mindelo”, que teve tanto sucesso e faz parte de uma trilogia que integra ainda “Cidade do Café” e “Revolução Leopoldina”. “Este livro vem no seguimento do primeiro e vamos ter um terceiro. As crónicas são na sua maioria inéditas, enquanto que o primeiro foi uma compilação dos meus textos que já tinham sido publicados. Tendo descrever esta ilha como ela é, ou melhor, como eu o vejo”, declarou.
Neste livro, o cronista mindelense manteve a linha condutora do primeiro, que foi um sucesso e já foi traduzido em holandês, alemão e português. “Basicamente, tendo dar a conhecer a minha ilha às pessoas. E muitas me dizem que desconheciam as coisas que escrevo nos meus textos. Para mim, São Vicente é um mundo, existem coisas impressionantes, Basta estar atento, captar e descrever. Tive o privilegio de conhecer muitas zonas, cidades e países e nunca encontrei nada tão genuíno como S. Vicente. Por isso, pretendo continuar a divulgar a minha ilha. Aliás, neste momento estou em negociações com uma editora estrangeira para me enveredar para a escrita de romances”, anuncia.
Rocca Vera Cruz admite que, caso esta parceria se concretizar, terá de mudar a sua linguagem muito conhecida e apreciada pelos seus leitores, até porque muitas das suas crônicas são em criolo. “Terei de fazer algo diferente porque o mercado também será diferente. Mas ainda não está nada fechado. De qualquer forma, caso se concretizar, penso escrever para a editora e o seu mercado e escrever o mesmo romance na linguagem que conhecemos em São Vicente e que tenho vindo a utilizar nos meus textos”, promete este cronista, que garante já ter começado a escrever o romance.
Quanto à Crónica d’ Kel País, explica, trata-se de uma edição de autor e foi impresso na Tipografia de São Vicente, num total de 500 exemplares. “O meu primeiro livro, Crónicas de Mindelo, já vai na sua sexta edição. Foi um sucesso mas, na minha opinião, este livro está melhor. Espero que seja também bem recebido pelo público. Acho que vale a pena continuar”, sublinhou Rocca, que reconheceu aguardar o feedback das pessoas com enorme expectativa. “O livro é como um filho, mas depois que nasce vai-se a vida. Mas não acredito que o segundo seja mais fácil porque a expetativa é a mesma”, diz este escritor, que lançou-se na escrita graças ao surgimento das redes sociais.
“As vezes me pergunto porque esperei tanto tempo para publicar. No fundo, o aparecimento do facebook é que me fez começar a publicar e a obter reações das pessoas. Antes não tinha onde escrever. Nunca passei de crónicas. Depois encenador João Branco me convidou para fazer uma peca de teatro, depois um outro, e peguei a embalagem. Perdi o medo depois de ter feedbacks das pessoas”, justifica este cronista que, reconhece, tinha muitos escritos guardados à espera de serem divulgados.