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Cultura

“Nhanhe” Almeida: “Sou saxofonista por acidente”

É um músico com voz de cantor de ópera que sonhava ser pianista, mas que acabou por se encontrar nos instrumentos de sopro. Da flauta, Nhanhe Almeida fez-se saxofonista por insistência de um grupo que iria integrar. Precisavam de um saxofonista e o jovem, que se dedicava aos estudos de instrumentos de sopro de forma autodidata, desafiou-se a “dar o salto”. E foi paixão ao primeiro sopro. “Foi dos meus maiores desafios e hoje acho que foi a melhor escolha”, considera, num exclusivo ao Mindelinsite.

Yanick “Nhanhe” Almeida é considerado neste momento um saxofonista-promessa da música cabo-verdiana. Mas este analisa os seus trabalhos de forma muito “perfeccionista”. “Nunca gostei de nenhuma das minhas actuações. Acho sempre que posso melhorar”, afirma o jovem, que se refere a si ainda como um “fruto verde” que pode amadurecer.

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Este sobrinho do pianista Nando Andrade começou no grupo Flautistas do Mindelo, mas entende que o seu aprendizado aconteceu verdadeiramente “no campo de guerra”, a tocar com artistas experientes como Lúcio Vieira, Tchenta, Jimmy, Zé Paris, Djodjin, Djassa, Bau, Kisó Oliveira, Markus e o cantor Constantino Cardoso, de entre outros artistas.

Nhanhe Almeida, que faz noite os seus dias, e vice-versa, devido aos ensaios e actuações, move-se neste momento ao “sopro” do Carnaval. Esta festa, que já está à porta, domina a sua agenda. Aliás, há alguns anos que o grupo carnavalesco Monte Sossego canta nos seus desfiles ao “ritmo” do seu saxofone.

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Um talento “forjod na lume”, como ele próprio diz,  Nhanhe já pisou palcos em diversos países nestes seus 27 anos de vida, designadamente em França, Portugal, Luxemburgo, nos Estados Unidos e Itália. Apesar deste currículo, onde constam nomes de grandes músicos de Cabo Verde com quem já tocou, o jovem sonha estudar música com os saxofonistas Totinho, na Praia, e Panota, no Sal. Espera igualmente um dia dividir o palco com o “mestre” Paulino Vieira e, por que não, galgar mais alguns degraus na música aprendendo a tocar jazz. “Dizem que jazz é improviso, mas até para improvisar é preciso saber o que fazer. E com empenho, acredito que chego lá”, perspectiva este jovem de 27 anos e que hoje tornou-se numa figura “natural” dos palcos musicais da cidade do Mindelo.

Sidneia Newton (Estagiária)

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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