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Neu Lopes: “O documentário Manel d’Novas – Coração de poeta é a obra da minha vida”

Seis anos depois, Neu Lopes tem pronto o documentário “Manuel d’Novas – Coração de poeta”, que este cineasta cataloga como a obra da sua vida. A antestreia deste filme de duas horas acontece em meados de Outubro na cidade do Mindelo, mas o Mindelinsite aproveita para levantar o véu sobre um trabalho que não fala do Manuel d’Novas, mas sim aborda a extensa obra do artista. Este filme traz depoimentos de dezenas de pessoas que conheceram esse trovador, que retratou com mestria a sociedade mindelense, a política, o amor, a emigração e a saudade. “Manuel d’Novas – Coração de poeta” é também a homenagem de um filho para o pai.

Por Kim-Zé Brito

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Mindel Insite – Atribuiu o título “Manel d’Novas – Coração de poeta” ao documentário sobre esse reconhecido compositor da música cabo-verdiana, que por coincidência é seu pai. Com tantas músicas emblemáticas com títulos tão criativos porquê optou por “coração d’poeta”, uma das suas mornas interpretadas por Bana?

Neu Lopes – Boa pergunta. Para mim, “Coração de um poeta” é das músicas que talvez melhor retrata o valor que um poeta do calibre de Manel d’Novas incorpora. Como Manel costumava dizer “ka bô brincá ke coração d’um poeta” (não brinque com o coração de um poeta) porque, explicava, o coração de um poeta tem muitos mistérios, há muitas coisas que ele é capaz de criar e fazer. E o que Manel criou, a forma como ele compunha, é algo de se admirar. Por isso escolhi esse título. O mais interessante é que vim a saber durante a produção do filme, já mais para a parte final, que o meu pai e o Bau estavam a preparar um disco – que era do meu conhecimento -, mas não sabia que iria chamar-se “Coração d’um poeta”. Um disco que seria produzido pela Lusáfrica – do empresário Djô da Silva –, com direcção musical do Bau. Foi uma feliz coincidência.

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MI – Manuel d’Novas era um poeta que retratava a sociedade mindelense nas suas diversas facetas, que falava das coisas sérias a brincar. Por isso não era lá boa ideia brincar com o seu potencial criativo.

NL – Exacto, não é lá boa ideia brincar com a força de um poeta. Algo interessante é que ele dedicou essa morna ao Ti Goi. Digo isto porque Ti Goi foi uma das pessoas que o inspirou bastante no domínio da coladeira. E, quando Manel compôs a música “Coração d’poeta” é porque ele também sentia essas amarguras no seu peito. A poesia de Manel é grande, quer na coladeira quer na morna, sobretudo na morna.

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MI – Como é que essa grande produção facilitou e dificultou o teu trabalho?

NL – O seu grande espólio facilitou-me porque desde os meus 16-17 anos que costumava conversar com ele para tentar entender o sentido do trabalho, a mensagem dos versos. Digamos que desde essa altura já me interessava pela sua escrita e a sua musicalidade. Para mim ele era uma fonte de inspiração. E há que se levar em conta a qualidade dos artistas que interpretaram as suas músicas, como Ildo Lobo e Cesária Évora. Esta, digamos, era a parte mais fácil. Mas há a parte difícil, que são palavras e expressões que ele usa e que não entendia os seus significados. Tentei decifra-las para poder penetrar nas suas estórias e fazer a ligação das letras a nível social, político, familiar, em relação à emigração, ao amor e ao romantismo, não só no tocante à pessoa amada, mas em relação à própria pátria. Portanto, há uma dificuldade que é reunir e estudar o seu manancial artístico e entender a complexidade da sua mensagem. É que as letras das suas músicas contêm muitas mensagens subliminares, sobretudo as coladeiras. Enquanto outros compositores eram mais directos, Manel gostava de mensagens subliminares. E temos de entender isso em relação ao que se passa no momento da criação e ainda tentar perceber o que ele previa.

MI – Manuel d’Novas tinha um manancial enorme de composições e, quando se tem tanta matéria-prima, às vezes fica difícil organizar os dados e fazer a escolha.

NL – Exacto, não é a toa que estou neste processo de produção do filme já lá vão seis anos: 2 de pesquisa de letras e músicas e 4 de montagem do filme. Descobri coisas que sequer imaginava que existiam. Há muita confusão sobre algumas músicas que as pessoas atribuem a autoria ao Manel quando são de outros compositores. Talvez porque estes tenham se inspirado no seu estilo.

Reunir é algo exigente, escolher o que usar é bastante complicado. Há músicas-chaves, que são obrigatórias, como “Biografia d’um kriol”, “Nha armon”, “5 de Julho”, “Apocalipse”, “Coração d’poeta”, “Barbincor” – que retrata uma mudança do regime político –“Estranger é um ilusão”, “Hoje ê Natal”, enfim. O resto agora teve a ver com a minha preferência – porque este trabalho tem obviamente o meu cunho –, as músicas preferidas do próprio Manel e de cantores como Bana, Cesária e Ildo Lobo. Mesmo assim há muita coisa que fica para trás. Acho que estão mais de 60 músicas bem presentes no documentário, fora outras 20 que servem de fundo. Mesmo assim não foi fácil escolher essas 60 músicas. Algumas das músicas e alguns acontecimentos é que orientaram o meu guião.

MI – Entrevistou a uma série de figuras públicas, como Onésimo Silveira, Morgadim, Celina Pereira, Fantcha, Bau e o próprio presidente Jorge Carlos Fonseca, enfim pessoas que tiveram uma relação muito próxima com Manuel d’Novas. Como foi possível elencar os entrevistados e preparar as entrevistas, uma vez que algumas dessas pessoas não residem em S. Vicente?

NL – Houve entrevistas feitas fora de S. Vicente, como são os casos da Fantcha, do Toi Firmino e Ana Firmino…; É verdade que aproveitamos a passagem de alguns artistas por S. Vicente, mas é sempre bom conversar com as pessoas no seu meio. Nalguns casos foi mais uma conversa franca, que envolveu uma certa dose de emoção, do que propriamente uma entrevista. Alguns aspectos foram meticulosamente preparados porque queria explorar Manel nas suas vertentes social, poética, analisar como aborda questões como a mulher, o desemprego, a emigração, a saudade e o amor… Neste sentido, fui procurando artistas que gravaram certas músicas e que pudessem abordar cada uma dessas facetas. E outros porque sabia da relaçao de proximidade que tinham com Manel, como Fantcha, Cesária… Ele tinha uma relação muito próxima com o malogrado Ildo, mas, não havendo a possibilidade de falar com o Ildo, tive que procurar quem pudesse relatar essa amizade entre os dois. Constantino Cardoso é sabe de algo, porque teve uma forte amizade com ambos, mas uma pessoa indicada para abordar essa relação seria um artista do grupo Os Tubarões. É assim que surge a conversa com o músico Zeca Couto e o compositor Betú, cujas músicas foram gravadas também pelo Ildo. Estes tinham um elo entre Ildo e Manel. Mas, a relação entre Manel e Ildo era mais do que uma mera amizade, era uma irmandade. Com a Cesária, Manel construiu uma amizade desde a infância e tentei explorar isso.

“Este documentário não é sobre o Manuel d’Novas”

MI – E sentiu que o documentário conseguiu retratar o Manuel d’Novas que as pessoas precisam conhecer?

NL – Em parte, sim. Há dias fizemos uma sessão privada com alguns amigos e críticos e um deles disse-me que acabou por saber quem realmente era Manuel d’Novas. Mas este documentário não é sobre o Manuel d’Novas, mas sim sobre a sua obra, a importância do seu trabalho. É certo, no entanto, que a sua obra não se descura de quem ele foi – um homem humilde de Santo Antão que veio para SV e depois resolveu emigrar. Portanto, mostra o Manuel no espaço e no tempo. E a história de Manel é a história de muita gente. O que ele escreveu foram situações vivenciadas por muitos cabo-verdianos, como é o caso da música “Nha coração tchorá”. Às tantas acabei por entrevistar um primo do Manel que fazia esse trajecto marítimo para o Brasil e entender como marinheiros sentiam ao passar por Cabo Verde e não poder pisar este chão sagrado e cumprimentar as suas gentes. Quis mostrar a parte humana e sentimentalista de Manel, o que ele via e sentia que devíamos ser. Logo, é um documentário onde deixo transparecer um pouco o seu lado espiritual. Consegui depoimentos excepcionais extraídos das entrevistas que ele deu à RCV. A forma como foi conduzida a conversa leva-o a declarar coisas do seu íntimo. Isto mostra como ele imprimia emoção às suas músicas. A história de Manel não deixa de ser a história de um cabo-verdiano a biografia de um crioulo.

MI – Há um aspecto interessante que sobressai no documentário e que Onésimo Silveira chama atenção para isso. Como diz este escritor e poeta, as pessoas pensam que Manuel d’Novas escrevia apenas sobre cenas que ele presenciava quando, na verdade, em muitos casos ele estava fora de Cabo Verde. Como é que ele conseguia retratar episódios quando ele andava no barco Novas d’Alegria?

NL – Moacyr Rodrigues disse que o Manel era omnipresente. A verdade é que ele tinha os seus contactos. Era muito inteligente. Era só lhe contarem algo que a sua imaginação fazia o resto. Ele teve a capacidade de viver a luta armada na Guiné-Bissau sem nunca ter estado nesse país. Ele tinha as suas fontes. Por exemplo, as músicas “Xema” e “Avenida Marginal” surgiram da sua capacidade imaginativa. Falando dele agora como pai, é interessante dizer que ele era uma pessoa presente mesmo estando fora; e quando ele estava aqui presente, ele se manifestava presente, mas não o víamos toda a hora porque ele saía a andar pelo mundo. Ele costumava dizer, “assim que passar o Castilho ninguém saberá onde estou”. Ele estava em todos os buracos e aproveitava a sua estadia em S. Vicente para vivenciar o máximo possível desta sociedade. Lembro-me também que ele recebia todos os meses todos os jornais de Cabo Verde, que a minha lhe enviava. Nesse tempo não havia internet e o telefone era difícil, mas ele recebia jornais e cartas que ele transformava em música.

MI – Manuel d’Novas confessa que ficava muitas vezes surpreso com as suas próprias composições. Isto deixa entender que ele sentia que a sua inspiração era divina?

NL – Ele pensava realmente que a sua inspiração era algo divino. A sua música, dizia ele, era algo que vinha de dentro, mas que era instruído por uma força espiritual. A Celina Pereira fala disse. Ela acha que havia “alguém” lá em cima que ditava as letras e os acordes ao Manel. Aqui é que vemos a admiração provocada por Manel, pois damo-nos a perguntar como foi possível ele fazer certas composições. Vou mais longe: como é possível uma pessoa compor quatro mornas ou coladeiras de elevada qualidade em apenas uma semana ou escrever as letras de duas músicas num único dia?

MI – Ao que tudo indica ele era meticuloso e tinha o cuidado de analisar as suas músicas depois de gravadas.

NL – Ele passava horas e dias apreciando os seus trabalhos. Assim que as músicas eram gravadas ele sentava-se confortavelmente na sala de estar a ouvir a sua música, como se fosse o trabalho de um outro artista. Ele amava o que fazia, neste sentido acho que ele era uma pessoa muito feliz.

MI – Ele era também um génio?

NL – Manel era um génio. Como disseram Bau e Tito Paris, será muito difícil aparecer em Cabo Verde um outro compositor do seu calibre nos próximos 100 anos. Ele teve a capacidade de ver coisas muito à frente e de forma diferente, quando era um gajo que tinha simplesmente o segundo grau – a quarta classe de instrução.

Luís Morais, Morgadim e a primeira música de MN gravada por Voz de Cabo Verde

MI – Neste documentário, o trompetista Morgadim revela que não foi fácil o grupo Voz de Cabo Verde gravar a primeira música do Manuel d’Novas, devido a oposição de Luís Morais…

NL – … Sim, Morgadim conta este episódio. Aliás, o próprio Manuel d’Novas afirma que foi graças ao Morgadim que Bana gravou a primeira música da sua autoria. Mas não foi a primeira música dele a ser gravada. A primeira foi gravada por Nhô Balta nos anos sessenta, intitulada “Pinote na vapor”, composta em 1953-54. E Bana também grava pela primeira vez uma música do Manel nos anos 60 e a escolha recaiu sobre “Serpentinha” (Oh moce no bai pa Teresinha). A verdade é que Manel foi mostrar algumas músicas aos elementos do Voz de Cabo Verde, Bana e Morgadim mostraram interesse, mas o Luís Morais foi contra. Foi Morgadim que bateu o pé e disse que, se não gravassem uma música do Manuel d’Novas então não iriam gravar nada. Em relação a esse episódio, o Manel admite que, se não tivessem gravado uma das suas músicas, se calhar podia sentir um desnorte e perder a vontade de continuar a criar.

MI – Podia ser a morte do artista?

NL – Podia, sim, foi um momento marcante na sua carreira artística. Atenção que ele e o Luís tornaram-se grandes amigos. Produziram inclusive músicas de Carnaval. A minha mãe conta que, quando o Luís Morais faleceu, nunca viu o Manel chorar tanto. Foi como uma criança, o que revela o grau da amizade que tinham. Mas foi um episódio.

MI – Há que se levar em conta que Luís agiu enquanto artista.

NL – Exacto, Luís tinha a sua opinião e há outros que tinham opinião diferente. Repare que o Morgadim alegou que já possuía formação musical suficiente que lhe permitia dizer se a música do Manel tinha ou não qualidade. Um facto digno de realce é que, nos anos 70-80-90, era impossível Bana lançar um disco sem uma música do Manel.

“As pessoas estranham quando não falo dele como pai”

MI – Como é que a tua relação parental com o homenageado influenciou o documentário?

NL – Há quem diga que não podia haver mais ninguém para fazer esse trabalho que não fosse eu. Tinha material à vontade e motivação. Algumas coisas encontrei em casa, outras eu tive que sair à procura, mas confesso que sou talvez o maior admirador do Manel d’Novas. As pessoas estranham quando não falo dele como pai, mas ele era muito mais que o meu pai. Falo do homem e da sua obra. Para mim render esta homenagem era o mínimo que podia fazer por ele. Tenho outras ideias, quero fazer outras coisas porque ele é um indivíduo que merece ser estudado. As suas ideias e pensamento merecem um certo destaque, a geração actual e vindoura precisa conhecer Manel d’Novas. Há muita gente que pensa conhecer o Manel, mas ele mais grande ainda do que pensam.

MI – Foi então fácil abraçar esse projecto?

NL – No início senti um grande receio, mas ele mesmo educou-me no sentido de enfrentar as dificuldades e nunca desistir. Seja lá o que vier a seguir esta será a obra da minha vida.

MI – Passou 6 anos empenhado neste projecto…

NL – Pois, comecei em 2013 e lembro-me que estava a terminar o curso superior. Iniciei a construção de um website, mas que não foi adiante. Decidi entretanto seguir a área do documentário a nível do audiovisual e decidi que a minha primeira grande obra seria sobre a vida artística do Manel. Era uma forma de as pessoas conhecerem o músico aqui e além fronteira.

MI – Quais os planos de divulgação deste documentário?

NL – Neste momento estou a estudar com um produtor o que irei fazer a seguir. A minha ideia é divulgar o trabalho, mas com calma. Quero fazer uma pré-estreia, mas a divulgação pública vai depender dos circuitos dos festivais internacionais, etc. Com certeza que haverá tempo para tudo, inclusive a sua passagem na televisão. Aliás, este trabalho conta com a parceria da RTC e da RTP e a RTP já mostrou interesse em divulgar o trabalho. Com certeza que vão surgir outros canais.

MI – Isto irá implicar a legendagem em português porque boa parte dos depoimentos é em crioulo.

NL – Com certeza, o filme será legendado em português, francês e inglês. Não quero que seja visto só em Cabo Verde, na Europa e nos Estados Unidos, quero que seja visualizado também na África. Ele tem de ser conhecido em todo o lado, afinal Cesária cruzou todos os pontos do planeta. Espero que passe pelo menos nos países onde a Cise actuou.

MI – E facto inegável é que Manuel d’Novas esteve por detrás da Cesária com as suas composições.

NL – Sem dúvida. E há uma declaração do Moacyr Rodrigues que diz que Cabo Verde ficou mais conhecido pelas músicas interpretadas pela Cesária. E a maior parte das músicas eram da autoria do Manel. A Cise cantou muitas, mas muitas músicas do Manel.

MI – Este documentário tem mais de duas horas. É o tempo definitivo?

NL – Não, está ainda num processo de corte, mas vai ficar à volta de duas horas.

MI – Teve um orçamento para esta obra?

NL – Fiz um orçamento e algumas pessoas me disseram que era muito simpático porque um filme destes custaria milhares de contos. Isso é verdade, por tudo aquilo que exigiu, mas não chegou a tanto. Ainda há patrocinadores por decidir, mas tive apoio financeiro e a outros níveis de amigos e entidades. Pelo menos deu para pagar passagens e estadia para algumas entrevistas. Este é um trabalho que deveria envolver uma equipa grande, mas, como não tenho dinheiro para pagar alguns técnicos, fiz quase tudo sozinho. Tive apenas a colaboração de um técnico amigo, Edson Silva “Txupetche”, que trabalhou como cameraman e fotógrafo e que me tem ajudou com algumas ideias na montagem e pós-produção. Estamos agora nesta fase, vamos inserir cor, etc., o que pode demorar uma semana. Eu é que fiz o som, a montagem, pesquisa, cameraman, entrevistador, guionista, enfim, quase todo o filme sou eu.

MI – Quando é a ante-estreia e a estreia?

NL – A ante-estreia é agora em meados de Outubro e depois veremos. O filme já recebeu convite para o festival do Plateau, estamos em negociações. Vai passar no cinema da ASA, que é patrocinadora, mas será uma sessão. Certamente muita gente vai querer ver o documentário, mas no momento certo será colocado à disposição do público.

MI – Será lançado em DVD?

NL – Por enquanto não será porque temos um grande problema de pirataria e de direitos de autor. Há os direitos de autor do Manel – tudo bem que eu usufruo desses direitos -, mas não sou o único. E ainda há outros direitos de imagem e de fotografia. Se fizer um DVD vai aparecer muitas cópias, que vão desvalorizar um trabalho feito com respeito, amor e consideração.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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Um Comentário

  1. Algum dia fizeste a composição de alguma música, assim como compôs o Manel d’Nóvas????
    Algum dia, para além de ouvir e dançar, também conseguiste compreender as músicas e a inspiração do Manel d’Novas????
    Algum dia fizeste um filme ou um documentário, assim como fez o Neu Lopes????
    Achas que algum dia vais conseguir compreender o filme do Neu Lopes, quando o vires (se o vires)????
    Algum dia estudaste português o suficiente para que estivesses hoje em condições de compreender que a expressão que resolveste ridicularizar, está correcta????
    Não compreendes que coincide sim, que o compositor é pai dele pois, não coincidiria caso o compositor fosse Jotamonte ou Paulino Vieira por exemplo.
    Então???
    Nunca fizeste nada disso (nem composições de música, nem documentários), nem aprendeste nada disso??? Não????
    Ou seja. Nunca fizeste nada de útil????
    Então…aproveita e CONTINUA CALADO!!!
    A dor do cotovelo é uma doença que mata.

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