Mariventos vai receber 35 mil euros da Procultura para desenvolver projecto cultural e turístico em SV
A Mariventos, promotora de eventos em São Vicente, foi seleccionada pelo projecto da União Europeia Procultura Palop – TL, cofinanciado e gerida pelo Camões, e vai desenvolver um projecto denominado “Música gera Cultura, Música gera economia”, que pretende promover, como o nome indica, a música, a cultura, o património e o turismo da ilha do Porto Grande. Orçado em 35 mil euros, este arranca no dia 3 de março com uma oficina direccionada aos agentes turísticos e sócio-culturais de São Vicente e terá a duração de 24 meses.
Num exclusivo Mindelinsite, a coordenadora deste projecto explica que a Mariventos soube desta iniciativa da União Europeia através da cantora Gabriela Mendes, que procurou esta promotora de eventos no sentido de entrar junto com ela para fazer o lançamento de um CD de música. Ao ler os editais, diz São Delgado, percebeu que o projecto teria de ter um prazo de 24 a 32 meses, abarcar uma série de actividades e mobilizar parcerias para ser vencedor. “Decidimos então concorrer no lote direccionado para a cultura e a música. Montamos então um projecto que engloba a gravação do CD de Gabriela Mendes, que terá de entrar em estúdio durante a sua vigência. Temos também um cronograma de actividades que termos de desenvolver durante 2022/23.”
Desde então, a Mariventos passou por várias selecções, consoante os critérios definidos pela Procultura Palop-TL até chegar a fase em que desenvolveu o projecto “Música gera Cultura Música gera economia”. Este projecto, de acordo com a sua coordenadora, visa também gerar rendimentos para os artistas e para a empresa, tendo em conta que foi criado em plena pandemia da Covid-19 e a área da promoção cultural foi uma das mais afectadas. “O nosso projecto assenta em três pilares: música, cultura e turismo. Pensamos que fizemos um projecto interessante porque acaba por ser também de promoção de algumas rotas turísticas e de São Vicente como um todo.”
Espaços de memória
Os membros da Mariventos fizeram uma formação no domínio da comunicação e o projecto arranca efectivamente na próxima semana, 3 e 4 de março, com uma oficina de capacitação para 20 agentes de turismo, de promoção cultural e activistas sócio-culturais que estão de alguma forma ligados a cultura. A formação vai decorrer na Escola de Música e terá como formador o historiador Carlos Santos, que é especialista na área do património. “O nosso objectivo é capacitar os guias e pessoas que trabalham na área do turismo com mais informações actualizadas. Queremos incutir nos formandos um bocadinho mais de alguns aspectos culturais que nosso projecto intitula de ‘Espaços de Memória’ . Foca sobretudo nos espaços onde viveram os artistas, músicos e grandes figuras da nossa cultura ligados a música e a literatura”, detalha Conceição Delgado.
Também serão contemplados, prossegue esta nossa fonte, espaços em São Vicente cantados na música cabo-verdiana, particularmente na morna e coladeira, desde zonas, praças, largos e ruas. Todos estes espaços, diz São Delgado, vão ser sinalizados ao longo dos projectos e as informações serão canalizadas para as agencias e os guias. “Vamos criar rotas turísticas com cultura e que não aparecem nos guias existentes. Este é um contributo que a Mariventos quer dar também neste sentido”, realça a coordenadora deste projecto, que destaca ainda, a par da oficina, a realização de pequenos concertos com historias no fim do dia em todos estes espaços de memória, sendo que, para o efeito, foram englobados um total de 48 artistas mindelenses no projecto.
“Ao longo dos 24 meses do projecto iremos ter estes pequenos concertos, que são histórias com acordes musicais, nas ruas, praças, largos e miradouros. São espaços que normalmente não são utilizados para este tipo de evento. Também teremos o CD de Gabriela Mendes”, refere. Este projecto está orçado em 35 mil euros, montante que será entregue em parcelas, consoante o desenvolvimento das atividades e apresentação dos respectivos relatórios. Também a Mariventos terá de entrar com a sua quota parte, que é, segundo São Delgado, um valor simbólico, conforme exigência da Procultura Palop-TL.
