Jovens santantonenses criam biblioteca para incentivar gosto pela leitura
O jovem Kélvis Veríssimo, licenciado em Direito e natural de Santo Antão, Porto Novo, é um dos membros da recém-criada Associação Literária de Santo Antão, que resolveu criar uma pequena biblioteca para incentivar o gosto pela leitura em na ilha. A biblioteca localiza-se na cidade do Porto Novo, na zona de Armazém.
Segundo Kélvis, esta associação literária é uma instituição sem fins lucrativos e está aberta para todos os que queiram ajudar a incentivar a leitura. “A associação está aberta para quem quiser, inclusive crianças, desde que com a devida autorização dos pais e encarregados de educação”, frisa.
Como faz questão de esclarecer, é uma associação voltada essencialmente para crianças, que vai funcionar a nível regional, ou seja, integra os três municípios de Santo Antão: Ribeira Grande, Paul e Porto Novo. O seu principal objectivo é divulgar a leitura, estimular a escrita e o gosto pela poesia.
“Houve uma necessidade de criar esta associação porque estamos a ver que a leitura tem estado a cair. Os jovens não estão interessados em ler bons livros, em adquirir conhecimento. A leitura é uma prática que está a cair em desuso”, diz, realçando que o que pretendem é reforçar o gosto pela leitura para que no futuro possam ter resultados positivos a nível literário na ilha.
Kélvis Veríssimo não sabe precisar quantos títulos a biblioteca tem disponível nesta altura porque ainda estão a fazer o inventário das ofertas, mas garante que são muitos e abarcam todos os sectores, com destaque para o infantil. “Boa parte dos livros que temos foram oferecidos por Portugal, mas também por pessoas individuais”, indica.
Por causa da pandemia da Covid-19, neste momento as actividades são mais contidas, mas respeitam sempre todas as regras sanitárias. “Por sermos uma associação sem fins lucrativos, não temos condições financeira para estarmos sempre a promover atividades. Mesmo assim, aqui no Porto Novo vamos fazendo pequenas acções de leituras e exposição de livros. Fizemos uma arrecadação de livros, participação em actividades literárias, caso por exemplo do Prémio Literário na Escola Januário Leito no Paul”, enumera.
A nível internacional, o jovem conta que a Associação Literária representou Cabo Verde em um evento, que teve também a presença do professor Hilarino da Luz, um dos promotores da literatura cabo-verdiana em Portugal.
Lidiane Sales