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Cultura

Jovem faz decorações natalícias e customização de chinelos para garantir renda familiar

A jovem Lu Andrade descobriu na produção de decorações natalícias e na customização de chinelos uma fonte de rendimento para sustentar a sua família e concretizar os seus sonhos. Começou a produzir peças de artesanato há cerca de dois anos e vende o seu trabalho sobretudo para emigrantes e pessoas que procuram algo diferente.

“Tímida”, Lu Andrade não se assume como uma artesã no verdadeiro sentido da palavra. Diz que é apenas uma mãe-chefe de família que resolveu aproveitar a sua facilidade em trabalhar com as mãos para garantir o sustento dos dois filhos. “Há cerca de dois anos que comecei a fazer algumas peças. Faço vasos decorativos, chinelos customizados, centros de mesa e outros. Tenho uma certa facilidade em criar coisas. Sinto-me limitada apenas por falta de material”, conta.

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Adapta o seu trabalho à demanda das pessoas, mas também às épocas festivas. Neste momento, por exemplo, está concentrada na produção de peças de decoração natalícia. Durante o verão, focou-se na decoração de chinelos e de bandoletes. “Antes trabalhava como empregada doméstica, mas como às vezes tinha dificuldade em encontrar uma pessoa para deixar com o meu filho, decidi ficar em casa. Foi então que comecei a fazer algumas peças de artesanato. Mas só comecei a vender por incentivo dos amigos porque tinha muito receio da reação das pessoas”.

Desde então, afirma, a procura por seu trabalho tem vindo a aumentar. Nesta altura, a dificuldade maior é colocar o preço nos produtos. “Ficava com dúvidas em fixar os preços por medo de acharem o custo exagerado ou então muito barato. Mas deu tudo certo. Hoje os meus clientes são sobretudo funcionários das instituições na cidade que conhecem o meu trabalho e emigrantes. Também trabalho por encomenda. Tenho recebido pedidos também de outras ilhas.”

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Centros de mesa de Natal

Os contactos são feitos muitas vezes através das redes sociais e também de conhecidos, que passam a palavra. E Lu não poderia estar mais satisfeita. E já está a idealizar produtos personalizados para o Dia dos Namorados, 14 de Fevereiro. “Estou muito satisfeita porque as pessoas estão a gostar e a elogiar o meu trabalho. Vêm à minha casa, mas também vou fazer entregas pessoalmente. E, graças ao meu trabalho, estou a concretizar os meus sonhos. Por exemplo, neste momento já comecei a fazer a minha casa, que é o meu maior objectivo.”

Nesta empreitada, diz, conta com apoio do namorado e também da filha de onze anos, que metem a mão na massa e a ajudam a produzir as peças. O material é adquirido no mercado local. Já quanto aos enfeites de Natal, boa parte das peças são recolhidas pelo pai na ilha de Santo Antão e depois trabalhadas individualmente por esta artesã. “Estive em uma loja e vi alguns trabalhos feitos com figos de pinha. Fiquei chocada com o preço e decidi fazer algo similar, mas mais trabalhado. Falei com o meu pai em Santo Antão e este aceitou recolher alguns figos de pinha para me enviar. É com estes figos de pinha que faço os centros de mesa de Natal, juntando outras peças pessoais.”

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Entusiasmada, Lu decidiu fotografar e expor as peças no Facebook. O retorno foi imediato, com várias pessoas a elogiar e a encomendar o seu trabalho, inclusive das outras ilhas. Hoje já pensa em expandir, diversificar e aumentar a produção com novas peças, recorrendo a reciclagem e sempre surpreendendo as pessoas com um produto diferente. Nunca participou de nenhuma exposição ou feira, mas mostra-se optimista quanto ao futuro como artesã.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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