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Grupos assumem com “naturalidade” a ordem dos desfiles e prometem mostrar resultados no sambódromo do Mindelo

Ontem à noite ficou ditada na Praça Don Luiz a ordem final da saída dos grupos do concurso oficial do Carnaval do Mindelo, a acontecer no dia 4 de março, no já esperado sorteio público organizado pela Ligoc-SV. À partida, todos já sabiam que Vindos do Oriente, que regressa ao activo após ausência em dois desfiles, seria o primeiro a entrar na Rua de Lisboa, seguido de Flores do Mindelo, último classificado da competição de 2024. Faltava desvendar a sequência dos restantes grémios: Cruzeiros do Norte, Estrela do Mar e o campeão em título Monte Sossego.

Após cada grupo oficial, incluindo o Samba Tropical, tomar o palco por alguns minutos para apresentar a respectiva direção, música e figuras de destaque, chegou o momento do sorteio. Coube aos presidentes dos três grupos apanhar as bolinhas e escolher a sua própria sorte. O alinhamento ditou que Estrela do Mar será o terceiro, Cruzeiros do Norte o quarto e, por último, o grupo Monte Sossego.

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Pela primeira vez, conforme Patcha Duarte, Monte Sossego vai encerrar o desfile oficial. Desta vez num concurso com cinco concorrentes e que ele próprio admite ser um dos mais competitivos dos últimos tempos. “Foi a sorte que nos calhou e que encaramos com naturalidade porque estamos prontos para desfilar em qualquer posição. Já saímos em primeiro, segundo e terceiro lugar. Faltava sairmos no último e será este ano. Mas nada disso vai afectar o nosso foco maior, que é revalidar o título, com o devido respeito para com todas as agremiações que contribuem para engrandecer o nosso Carnaval”, declarou o presidente de Montsu à reportagem do Mindelinsite. Patcha admite, entretanto, que a concentração, que deve ser bem afastado da praça Don Luiz, pode constituir um constrangimento, mas salienta que, não havendo alternativa, resta ao grupo assumir os desafios de frente.

Estrela do Mar tirou a sorte grande, nas palavras do presidente Júlio do Rosário. “Vou ser sincero, numa reunião com a minha direção disse que queria desfilar em terceiro lugar. E calhou, era exatamente a minha expetativa”, revela. Na sua ótica, o grupo vai sair numa hora nobre, por volta das 21 horas, com os foliões descansados e eufóricos. “Um bom presságio”, assume.

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Quem também ficou satisfeito com o sorteio foi Nuno Gonçalves, maestro do Cruzeiros do Norte, grupo que sai em quarto lugar. Assume que era esta a pretensão do bloco, que temia apenas ser o último a desfilar. “Sair em último lugar poderia provocar um desgaste devido ao tempo de espera. Para mim, ficamos bem posicionados”, considera o diretor da batucada do CdN, que aproveitou a ocasião para deixar uma mensagem bem clara: “Este ano, Cruzeiros é um candidato ainda mais forte ao título!”. Segundo Nuno, o grande trunfo do grupo é a riqueza do seu enredo, apesar de reconhecer que todos os concorrentes apostaram em histórias interessantes, ligadas à terra.

Flores do Mindelo estava ciente desde o ano passado que seria o primeiro grupo a competir, devido a sua classificação. Acontece, no entanto, que será o segundo devido ao regresso do Vindos do Oriente. Deste modo, a presidente Ana Soares assume que tudo está bem encaminhado para o grupo apresentar condignamente o seu trabalho no sambódromo. “Estamos preparados para mostrar o resultado do nosso trabalho. O segundo lugar é interessante. Nada irá perturbar o nosso desfile”, prognostica a responsável de Flores do Mindelo.

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Melhorar a propagação do som

Este ano, apesar de o concurso envolver cinco grupos, a Ligoc-SV manteve o início dos desfiles às 19 horas. Além disso, estipulou uma diferença temporal para a entrada na Rua de Lisboa entre os grémios, que vai dos 45 aos 60 minutos. Deste modo, a expetativa do presidente da Liga é que o último grupo consiga iniciar o seu show pelas 23 horas.

Três blocos (Flores do Mindelo, Estrela do Mar e Monte Sossego) vão ficar concentrados da praça Don Luiz para baixo, em direção ao mercado de peixe. Os restantes (Vindos do Oriente e Cruzeiros do Norte) estacionados a partir do Centro Cultural do Mindelo, ou seja, do lado contrário. A dispersão será feita na Avenida Marginal.

Sobre os preparativos, Marco Bento considera que o trabalho dos grupos está a evoluir no bom sentido. Revela que todos já receberam entre 70 a 80 por cento da verba disponibilizada pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e as costureiras já estão a fazer os trajes dos foliões.

Marco Bento adianta que tem havido encontros com a Polícia Nacional, os Bombeiros Muncipais, a Câmara de S. Vicente e os grupos para discussão dos aspectos ligados à organização e segurança. No aspecto técnico, a Liga tem este ano como um dos principais desafios melhorar a propagação sonora nalgumas zonas do circuito.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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