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Cultura

Governo mantém financiamento aos grupos de Carnaval: Artista cobra promessa de subsídios

O Governo vai manter o financiamento aos projetos apresentados pelos grupos de Carnaval, apesar da decisão de suspender todas as festas e desfiles devido a pandemia de covid-19. A garantia foi dada pelo Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, tendo assegurado que irá manter o montante de dez milhões de escudos destinado ao Carnaval 2022 para financiar os grupos nacionais. Já o artista Eurico Jorge, um dos grandes fazedores desta festa, cobra a promessa do Ministério da Cultura de subsidiar os autores. 

A decisão da tutela de manter o financiamento aos grupos vem na sequência do anúncio feito na última segunda-feira pelo Ministro da Administração Interna de suspensão das actividades comemorativas do Carnaval em todo o território nacional, incluindo festas públicas e privadas, devido a evolução da pandemia de Covid-19, repetindo-se o cenário de 2021. Abrãao Vicente alega que auscultou alguns promotores do Carnaval a nível nacional, que concordaram com esta medida. “Ao longo do ano poderemos financiar as atividades dos grupos, nomeadamente compra de kits de Carnaval, formações, viagens internacionais para formações…”, elucidou o ministro.

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De fora ficaram, entretanto, os prometidos subsídios aos autores da festa do Rei Momo, uma promessa que o artista Eurico Jorge já fez questão de cobrar através das redes sociais. Dex, como é tratado, questiona directamente o ministro Abraão Vicente e pede aos colegas para levantarem a sua voz sem medo. “E agora Indústrias Criativas? A promessa de subsidiar os autores desta maravilhosa festa? Haverá ou não um pão vosso nos nossos dias. Pov d’ Cabo Verde ôli nôs. Promessa ê divida, promessa cumprid”, desabafa, socorrendo-se da letra uma conhecida música do Carnaval, do Grupo Monte Sossego.

Este criativo mindelense vai ainda mais longe e desafia os demais fazedores do Carnaval a não ficarem calados. Pergunta se estão com medo de passar fome, para responder logo de seguida que os artistas são livres na arte e na vida. “São uma cambada de medentos, por isso que es ta ingli bsot dignidade”, acrescenta. 

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Paulo Rocha anunciou a suspensão do Carnaval na segunda-feira, na habitual conferencia de imprensa semanal. Justificou com o agravamento de nu4mero de casos e com o maior registo de positivos no país desde o início da pandemia. ”Tratou-se de uma decisão conjunta do Ministério da Saúde, Ministério da Administração Interna e do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, pois as autoridades da saúde aconselharam pela não realização das atividades que irão propiciar um grande ajuntamento num momento em que o país regista um elevado número de contágios”, reforçou agora o ministro Abraão Vicente.

O Carnaval de São Vicente é uma das maiores festas populares de Cabo Verde. Aliás, segundo o presidente da Liga dos Grupos Independentes (Ligoc), Marco Bendo, em entrevista concedida em 2021, tornou-se uma verdadeira industria na ilha, que movimenta centenas de pessoas durante todo o ano, entre artistas, costureiras, batucadas, de entre outros. Traz igualmente milhares de visitantes, turistas e emigrantes à esta ilha. Outro Carnaval emblemático ocorre na cidade da Ribeira Brava, em São Nicolau. Ainda que com menor expressão, também festeja-se o Rei Momo, nos demais concelhos e ilhas do país.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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