Estreia hoje no Mindelo “Anjo – O Sangue e a obra”
A curta-metragem “Anjo – o Sangue e a obra” é apresentada, em estreia absoluta, esta quarta-feira, 28, em duas sessões, no Centro Cultural do Mindelo, às 19 e as 20 horas. Trata-se do quinto projecto do Osga Filmes, em três anos de existência desta jovem produtora mindelense.
Segundo Hélder “Doca” Lopes, o filme baseia-se em questões actuais. Fala, por exemplo, da problemática dos direitos autorais, mas também, ainda que subtilmente, da paternidade responsável e de preconceitos. Toda a estórea, explica, desenrola-se a volta de um personagem forte e do seu dia-a-dia. Inicialmente, explica, este é visto de uma forma pela comunidade mas, ao longo do filme, esta visão vai-se se alterando. São os preconceitos, diz.
“Partimos de um actor para criar este filme, enquanto que nos projectos anteriores partimos de um guião. Trata-se de um personagem forte em termos visuais, mas também em outros aspectos. O resultado final é Anjos – o sangue e a obra, uma curta densa, mas interessante”, indica Doca, que destaca igualmente o envolvimento dos actores em todas as etapas deste projecto e o facto de trabalharem de forma “pro-bono”. “É tudo gratuito”.
Com “Anjos”, o Osga Filmes consegue inovar nos temas e na forma de concepção dos seus projectos, um exercício que esta produtora impôs a si mesmo como forma a exercitar diferentes abordagens. É este propósito que também justifica mais esta produção, a quinta em apenas três anos de existência, quando, a partida, decidiram apresentar um filme por ano.
“Não é nada de outro mundo mas, para nós, é importante, porque vemos isso como um exercício muito sério. Entendemos que, quando mais produzirmos, mais experiência estamos a ganhar”, explica Doca, para quem concluir um filme é também um incentivo porquanto, apesar de cansativo, não há desculpa para não produzir, sobretudo quando se é feito por gosto.
Doca justifica ainda com as facilidades existentes. Hoje consegue-se produzir um filme com equipamentos que estão a mão e que são fáceis de manejar e poucos recursos. “É possível produzir um filme com um telemóvel. Aliás, cerca de 50% de Anjo – o sangue e a obra foi gravado com telemóvel. Fizemos isso por causa da facilidade de manejamento do aparelho e dos planos que tínhamos e que teriam de ser feito com telemóvel”.
Depois da estreia, a curta-metragem deverá participar nos vários festivais nacionais, repetindo os caminhos percorridos pelos projectos anteriores e que garantiram um prémio no Festival de Cinema do Sal ao filme “Mor”.
Constânça de Pina