Emigrante apresenta obra poética “Os versos da diáspora – um cabo-verdiano em chão Itálico” em Florença
Hipólito Soares, emigrante Cabo-verdiano, lançou na última sexta-feira a sua primeira obra poética intitulada “Os Versos da Diáspora — Um Cabo-verdiano em chão Itálico” em Firenze, na sede da Associação Cabo-verdiana de Florença. O ambiente, diz Albino Sequeira, era de festa e de confraternização e foi prestigiado pelo edil da Ribeira Brava, que se encontra em visita de trabalho à Itália.
O livro é uma coletânea de poesias estruturado em quatro partes, que aborda temáticas em forma de versos sobre a Pátria, África, Sonetos e Líricas, e Cantos Vários. Segundo Sequeira, Hipólito era um homem satisfeito e emocionado no final da apresentação com a sua obra e com a participação da comunidade.
“A sua musa inspiradora é seu Cabo Verde amado e os versos colhidos nos instantes das horas vagas, são fragmentos da vida passada e presente que falam dele, das suas lágrimas de separação e das saudades eternas” escreveu Albino, citando o poeta, realçando que este traz no canto da mala as lembranças antigas e o lenço eterno e simbólico, que perfuma da pátria deixada tem como o seguidor, o poeta Português Fernando Pessoa.
Durante a sua intervenção na apresentação do livro, Hipólito Soares deixou o desejo ao público presente, que encontrem nas suas poesias o mesmo prazer com que os escreveu e os acariciou, razão pela qual, diz sentir uma tristeza imbuída de saudade por ter que separar delas e por não ter noção exata do paradeiro dos seus versos.
A apresentação da obra “Os Versos da Diáspora — Um Cabo-verdiano em chão Itálico”, que tem a chancela da editora Rosa de Porcelana, esteve a cargo do poeta Filinto Elísio
Hipólito Soares nasceu na ilha de São Nicolau, em 1958. Em 1976 chega a Itália onde começa a trabalhar e a estudar (na escola portuguesa em Roma). Em meados dos anos 1980, funda um curso de alfabetização e cultura de base para a comunidade cabo-verdiana radicada em Florença, onde reside.
Colabora e participa em vários programas radiofónicos e jornais associativos para a difusão da cultura cabo-verdiana em Toscana. É fundador da Associação Cabo-verdiana de Florença. Começa a escrever poemas a partir de 1983, sendo laureado com diversos prémios. Em 2011 traduz o livro “Frei Gesualdo Fiorini” de José Cabral, natural de São Nicolau.