Documentário “Mar-Liso,” sobre o “táxi” da carreira marítima SN-SV, apresentado esta quinta-feira no Mindelo
Estreia esta quinta-feira, 22, no Mindelo “Mar-Liso”, um documentário que conta a história deste ‘táxi’ da carreira marítima São Nicolau-São Vicente, mas que em outros tempos também assegurou o transporte de carga para Santo Antão. As muitas peripécias vividas a bordo do Mar-Liso, o último barco de madeira ainda a navegar em Cabo Verde, estão agora eternizadas em filme.
O documentário é assinado pelo historiador e investigador cultural José Cabral. A produção e realização são de Jean Gomes, sendo que o propósito que norteou esta iniciativa foi a preservação da memória desta embarcação, que é hoje um património cultural nacional. “Mar-Liso simboliza o crepúsculo de uma época, sendo representativo de emblemáticas chalupas, palhabotes, galuchos e escunas que sulcaram os mares de Cão Verde, governados por não menos notáveis mestres e capitães”, lê-se no sinopse.
Trata-se de um documentário que “evoca os 95 anos da construção do navio na Dinamarca, e os 42 anos de sua chegada a Cabo Verde, dos quais 40 dedicados à cabotagem entre as ilhas do norte”. “É a única e provavelmente a última embarcação com casco de madeira ainda em operação”, sublinha a mesma fonte, realçando que o filme serve de pretexto para um regresso aos anais da cabotagem e pelo inestimável património marítimo cabo-verdianos, do qual apenas escassos registos sobejaram.
“É a história do táxi da carreira São Nicolau-São Vicente, mas que o foi também na de Santo Antão, a assegurar o transporte de carga diversa a gás butano e géneros alimentícios da extinta Empa”, lê-se ainda no sinopse, onde se destaca que, em plena “Década dos Oceanos”, instituída por resolução das Nações Unidas, este documentário vai agregar valores e contribuição à Literacia do Oceano que cerca estas ilhas, nas suas dimensões histórica e cultural.
Vai ainda, prossegue, ajudar na promoção do Turismo Marítimo e Costeiro, bem como de desenvolvimento local e de coesão social das comunidades costeiras. O filme documentário conta com apoio da Enapor, Sucla, Ministério da Cultura e Câmaras Municipais da Ribeira Brava e do Tarrafal
