Djodje e Nelson Freitas levam euforia à Rua de Lisboa: “A melhor forma de entrar no ano 2024”
Os artistas Djodje e Nelson Freitas foram os reis da noite da passagem de ano na Rua de Lisboa, em S. Vicente. A dupla, que apresentou um espectáculo baseado no projecto Kriol Kings, foi incansável durante quase duas horas de música cadenciada de um reportório composto pelos seus maiores sucessos. Do outro lado, o público, que lotou a emblemática Rua de Lisboa, no centro da Cidade do Mindelo, ripostou hora fazendo coro, hora saltitando ao som das batidas.
Quando abandonaram o palco, Djodje e Nelson estavam eufóricos, gratos por essa troca de energia. “Ainda estou a transpirar e a tentar recuperar o fôlego”, reagiu Nelson Freitas ao ser abordado pela reportagem do Mindelinsite. “Foi uma intensa troca de energia, algo incrível que marca este projecto”, acrescentou o cantor.
Nelson Freitas assume que “Kriol Kings” é um espectáculo exigente e dinâmico pela seleção das músicas. Conforme o alinhamento, o show começa forte, mas reserva momentos de “abrandamento do ritmo” para deixar o corpo respirar sem, no entanto, quebrar a sua dinâmica, para terminar em euforia.
Após quase duas horas de música intensa no palco da Rua de Lisboa, Djodje confessou ao Mindelinsite que estava muito feliz por sentir a vibe do público. “Esta foi a melhor forma de entrar no ano 2024. Estar aqui na Rua de Lisboa com este público é algo incrível. Sempre fui bem acolhido no Mindelo, mas a cada show sinto algo diferente, como aconteceu esta noite. Foi um momento muito intenso”, admite o jovem artista, que tinha feito a sua mais recente actuação em S. Vicente na 38. edição do festival Baía das Gatas, em 2022.
Segundo Djodje, o projecto Kriol Kings tem sido bem acolhido nos palcos por onde já passou. É um show que, diz, complementa a sua carreira a solo tal como a de Nelson Freitas. Aliás, os dois artistas pretendem voltar a atenção para si em 2024 com o lançamento de novas músicas. “É um projecto para continuar porque não interfere com a nossa carreira individual. Pelo contrário, ajuda-nos a alavancar a nossa projeção artística, pelo que tem tudo para continuar”, considera Djodje.
Kriol Kings visa, segundo Djodje e Nelson Freitas, promover a ideia de que todos os cabo-verdianos são reis e rainhas. Djodje diz esperar que cada um possa assumir essa conduta e procurar realizar os seus sonhos. A cada show, salientam, são convidados outros artistas e dizem esperar que o projecto venha a ser assumido por todos os músicos.
Depois de Cabo Verde, Kriol Kings deverá partir para Europa. Os promotores têm recebido convites de países como Luxemburgo, França e Suiça, mas Djodje assegura que ainda não é o momento para revelarem onde será o próximo espectáculo. Como explica, o agendamento do show depende da disponibilidade dele e de Nelson Freitas e neste momento ambos querem centrar o foco nos seus projectos individuais, que incluem o lançamento de novas obras em 2024.
A dupla foi a principal atração da tradicional festa de boas entradas na Rua de Lisboa, que foi aberta pela banda Serenata, que acompanhou os intérpretes Constantino Cardoso, Gai, Carmen Silva e Edson Oliveira. Para o percurssionista Kikas, o grupo soube criar um ambiente festivo com um repertório adaptado ao momento. “Sou suspeito, mas acho que apresentamos um trabalho de qualidade, com uma escolha criteriosa de músicas que se adaptaram a esta quadra festiva”, considera o músico. Segundo Kikas, S. Vicente tem vários artistas que poderiam estar no palco na Rua de Lisboa, mas considera que os escolhidos souberam dar conta do recado.
O espectáculo contou ainda com as actuações de Plutónio e Elji Beazkilla, que encerrou a festa já com o dia despontando. Devido ao adiantar da hora, o nosso jornal não acompanhou os espectáculos destes dois últimos artistas.