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Busto de Manuel d’Novas instalado na Avenida Marginal. Próximo será o de Luís Morais

O busto do compositor Manuel d’Novas foi colocado ontem na Avenida Marginal, perto da sede da petrolífera Vivo Energy na cidade do Mindelo, oito meses após a sua construção pelo artista plástico Ro d’Interart. Segundo o ministro da Cultura, a obra estava guardada num armazém e já era tempo de ser instalada numa área condigna da cidade do Mindelo, urbe onde o autor de Mornas e Coladeiras interpretadas por cantores como Cesária Évora e Ildo Lobo viveu a maior parte da sua vida. 

Para evitar eventuais polémicas, Abrãao Vicente assegura que foi um acto simples, sem a presença da comunicação social e de convidados, por se tratar de um período em que a lei impede inaugurações pelo Governo devido as eleições legislativas. “Que fique claro que não houve uma inauguração, nem um acto formal. O busto foi colocado de dia e à noite foi alvo de uma visita por parte do Primeiro-ministro”, simplifica o governante.

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Contactado por este jornal para comentar esse marco, Neu Lopes, filho do compositor e visto como depositário do legado artistico do seu pai, revelou que não compareceu à visita. O autor do documentário “Manuel d’Novas, coração de poeta”, explica que recebeu uma chamada telefónica depois das 18 horas a informar-lhe que haveria uma visita ao busto às 19 horas. Assim sendo, não pôde comparecer e até hoje de manhã nem sabia ao certo em que parte da Avenida Marginal foi colocado o busto.

Ciente de que a lei impede actos públicos neste momento, Lopes diz entender a situação e elogiou a qualidade da obra. “Há quem diga que o busto não se parece com o meu pai, mas esse olhar é do Manel. Revejo a pessoa do meu pai nesse trabalho”, diz o cineasta, que pretende fazer duas ou três sessões de divulgação do documentário que fez sobre o compositor no Centro Cultural do Mindelo. Ainda não tem dada certa, mas aponta para o final deste mês.

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O próximo artista homenageado com um busto será o saxofonista mindelense Luís Morais, autor e intérprete do famoso disco Boas Festas, que ficará também na Avenida Marginal, mais propriamente junto ao Centro Cultural do Mindelo. Pelas contas de Abraão Vicente, esse acto deverá acontecer dentro de uma semana e meia no máximo. Aliás era para o busto ser instalado agora, mas foi adiado devido a problemas relacionados com o pedestal. 

Entretanto, o ministério da Cultura resolveu transformar a Rua de Lisboa numa montra da cultura cabo-verdiana. Para o efeito, ornamentou um passeio com placas com os nomes de diversos artistas nacionais, que recebeu o baptismo de “Alma das Ilhas”. A ideia foi inspirada no “passeio da fama” em Hollywood e visa homenagear os ícones da cultura cabo-verdiana. Segundo Vicente, 33 artistas já têm as suas placas prontas e instaladas, mas o objectivo é chegar aos cem.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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